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CURY3, MRVE3 e DIRR3: Qual o impacto dos ajustes do Minha Casa, Minha Vida nas construtoras?

19 abr 2025, 12:00 - atualizado em 18 abr 2025, 17:47
Minha Casa Minha Vida Imóveis Setor Imobiliário
(Imagem: Reprodução MRV)

A liberação de R$ 15 bilhões do Fundo Social do pré-sal, somada à criação de uma nova faixa de renda e ao reajuste nos tetos do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), pode desencadear um novo ciclo de crescimento para as construtoras focadas na habitação popular.

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A principal novidade é a criação da Faixa 4, voltada a famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, um público até então excluído do programa por ultrapassar o limite de R$ 8 mil.

Segundo estimativas do governo, essa faixa pode financiar até 120 mil novas unidades, abrindo uma frente de expansão para companhias como MRV (MRVE3), Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), que atuam fortemente nesse segmento.

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Veja as alterações:

Faixa Renda Limite Atual Nova Renda Limite
Faixa 1 R$ 2.640 R$ 2.850
Faixa 2 R$ 4.400 R$ 4.700
Faixa 3 R$ 8.000 R$ 8.600
Faixa 4 R$ 12.000

MRV (MRVE3)

De acordo com Thiago Ely, diretor executivo comercial e de marketing da  MRV (MRVE3), o foco da companhia está nas faixas 2 e 3, que devem representar 31% e 35% das vendas, respectivamente. Com o teto de renda ampliado e os subsídios ajustados, a MRV vê nessas faixas a melhor relação entre demanda e rentabilidade.

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A nova Faixa 4 deve responder por 16% das vendas da companhia em 2025. Já a Faixa 1, que teve o limite de renda elevado para R$ 2.850, continuará relevante, com previsão de 18% de participação nas vendas.

Nos números apresentados no MRV Day, a MRV tem hoje um estoque de R$ 3 bilhões em terrenos compatíveis com a Faixa 1, R$ 3,8 bilhões para a Faixa 2 e R$ 2,6 bilhões para a Faixa 3, após revisões em função das novas regras do MCMV​.

A combinação de subsídios mais atrativos e ampliação das faixas de renda também trouxe ganho de affordability, ou seja, de capacidade de compra, com aumento de até 27% no poder de aquisição dos clientes em relação ao cenário anterior, segundo cálculos da própria companhia.

Com isso, a MRV espera maior velocidade de vendas, melhor precificação e maior ocupação de suas unidades prontas e em lançamento.

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Cury (CURY3)

Cury (CURY3) segue reforçando seu posicionamento estratégico em empreendimentos atrelados ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e pretende se beneficiar da Faixa 4.

A nova faixa voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil, incorporada recentemente ao programa, ampliou o escopo do MCMV e se tornou uma oportunidade estratégica para as construtoras.

Em entrevista ao Money Times, Leonardo Mesquita, vice-presidente comercial da Cury, avaliou que, com a expansão do valor máximo permitido aos beneficiários, 90% dos empreendimentos da construtora poderiam se enquadrar no programa, ante os atuais 70%.

“Com esse funding nós podemos, dentro dos terrenos que nós temos, ganhar valor em algum projeto mesmo que extrapole os R$ 350 mil”, afirmou o executivo.

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A nova faixa pode impulsionar ainda mais os bons números que a Cury já vem apresentando. Segundo a prévia operacional do 1º trimestre de 2025 (1T25), divulgada nesta quarta-feira (9), as vendas líquidas atingiram R$ 2,1 bilhões — crescimento recorde de 35,7% frente ao 1T24 e de 47,9% em relação ao 4T24.

“Nossa estratégia é ser forte no início do ano para impulsionar o crescimento da companhia. Esse resultado recorde nos coloca no caminho certo”, afirmou Mesquita.

Direcional (DIRR3)

Para a Direcional (DIRR3), a medida representa uma expansão significativa do público-alvo. “A ampliação do limite de renda e a criação da Faixa 4 são extremamente positivas. Aumenta o público endereçável e gera oportunidades relevantes para a plataforma Riva”, afirmou Ricardo Gontijo, CEO da companhia, também em entrevista ao Money Times.

A Riva é a marca da Direcional voltada à classe média, com empreendimentos que se enquadram nos limites do programa, mas com padrão mais elevado de acabamento. Com a mudança, a empresa poderá atender famílias que antes estavam fora das regras do MCMV, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

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Segundo Gontijo, essa reformulação do programa tem o potencial de impactar positivamente os lançamentos e acelerar as vendas ao longo de 2025. No primeiro trimestre, a companhia já havia registrado um volume de vendas líquidas de R$ 1,2 bilhão.

Outro benefício da medida está na possibilidade de elevar o ticket médio dos projetos, o que pode resultar em margens operacionais mais saudáveis. “O teto do valor dos imóveis em algumas regiões foi ajustado, o que nos permite trabalhar com produtos de padrão um pouco superior dentro do programa”, destacou o executivo.

Gontijo também disse estar otimista com o avanço da regulamentação e com a adaptação dos bancos ao novo modelo. “Acreditamos que a operacionalização da Faixa 4 vai ocorrer de maneira rápida. Já temos terrenos e projetos preparados para atender esse público”.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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