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CVC: hora de voltar a comprar as ações?

07 abr 2021, 20:12 - atualizado em 07 abr 2021, 21:38

A CVC (CVCB3) foi uma das empresas mais afetadas pela crise da Covid. Para se ter uma ideia, em janeiro de 2019, as ações da companhia eram negociadas a cerca de R$ 40. No auge da pandemia, elas caíram mais de 80%, para R$ 6.

Apesar disso, os papéis da maior agência de turismo do Brasil se recuperaram na esteira da vacinação e hoje negociam a cerca de R$ 20.

A grande pergunta que o investidor se faz é: hora de entrar no papel?

De acordo com a analista da Empiricus, Cris Fensterseifer, a companhia pode sim ser um bom passaporte para embarcar na retomada econômica.

Segundo ela, considerando o Ebitda ajustado de 2019 e o valor de mercado atual da CVC, o múltiplo EV/Ebitda é de cerca de 9 vezes, “o que é um múltiplo razoável se a empresa conseguir entregar crescimento”, argumenta.

“Esse crescimento pode vir com a reabertura econômica, com a vacinação e com a demanda reprimida de clientes que tiveram que cancelar as viagens”, completa.

A analista lembra que nos EUA, onde a vacinação já tomou corpo, a Páscoa registrou o maior número de passageiros nos aeroportos desde o início da pandemia.

“Ou seja, a gente pode tomar países que já vem se recuperando como exemplo. Se lá a recuperação é rápida em termos de viagens aqui pode acontecer a mesma coisa”, diz.

No entanto, ela aponta que a companhia ainda deverá sofrer com os impactos da Covid, visto que o ritmo de vacinação no Brasil é lento e que a pandemia está batendo recordes no país.

“Caso você decida apostar em CVC, atente-se ao risco maior e por isso, tenha um percentual menor em sua carteira”, alerta.

No quarto trimestre de 2020, a empresa reverteu o prejuízo de R$ 144,8 milhões de 2019 e fechou o período com lucro de R$ 82,3 milhões.

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Além disso, no final de 2019 a CVC comprou uma das maiores empresas de viagens e turismo da Argentina por cerca de US$ 70 milhões (Imagem: Reprodução/Facebook/WestShopping Rio)

Não foi só a Covid

Apesar dos estragos da Covid, outros fatores também prejudicaram a empresa nos últimos meses. O principal deles foi o erro contábil que prejudicou as demonstrações em mais de R$ 300 milhões em receita.

Nesse caso, a companhia já anunciou medidas para que isso não se repita e provavelmente vai buscar reaver alguns dos valores perdidos.

Além disso, no final de 2019, a CVC comprou uma das maiores empresas de viagens e turismo da Argentina por cerca de US$ 70 milhões. Logo após, o país teve uma grande deterioração na sua economia.

“Espera-se que as operações e resultados das subsidiárias argentinas da companhia demorem ainda mais para se recuperar”, afirma.

Somado a isso, ainda houve a recuperação judicial da Avianca, que resultou na negociação de algumas passagens aéreas.

Compra na baixa?

Por fim, a analista lembra que o mercado de ações sempre antecipa fluxos futuros.

“Se os investidores esperam melhores resultados, observam que existe uma demanda reprimida e entendem que daqui a algum tempo a empresa pode voltar a ter um bom crescimento, as ações podem subir antes – como já é possível notar no caso da CVC”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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