Daniel Barbosa: Automação de estratégias com opções, resultados e perspectivas

Caro leitor,

Frequentemente ouvimos sobre High-Frequency Trading (HFT) e os processos automatizados em torno das operações em bolsa, os famosos “robôs”. Nesta oportunidade vamos compartilhar um pouco de nossa experiência em torno da automação de operações em bolsa envolvendo estratégias com opções.

Atualmente a Vandermart Solutions tem um projeto ativo chamado “Super Trades” (www.supertrades.de). Este é um sistema semi-automatizado, realizado em parceria com uma das mídias mais renomadas da Alemanha no mercado financeiro . Reinhold Fend, diretor da Vandermart, é o autor do sistema.

O Super Trades trabalha exclusivamente com papéis do mercado norte-americano. De um universo de mais de quatro mil títulos, foram selecionadas vinte empresas cujos derivados demonstraram melhor desempenho durante a fase de testes, o chamado “Backtesting”.

O sistema todo foi construído com base nas análises do Vandermart Tracker, o software de simulação de estratégias da Vandermart Solutions, também de autoria do próprio R. Fend.

O sistema analisa o mercado, constrói uma estratégia com determinado título e dispara uma indicação de oportunidade. Cabe aos assinantes do sistema aplicarem ou não a estratégia sugerida.

Talvez você esteja se perguntando porque o sistema é apenas “semi” automatizado ao invés de ser 100% automático. Um sistema totalmente automatizado significaria a gestão completa do capital dos assinantes sem que este possa exercer influência alguma; como num fundo. Nós preferimos usuários ativos e, portanto, caberá ao assinante adotar a indicação uma determinada estratégia.

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Ao assumir a responsabilidade pela operação, o momento do “entry”, do “exit” e a dimensão do investimento, o assinante poderá comparar suas próprias opiniões com as análises do sistema e controlar o gerenciamento do risco de cada trade.

O sistema não acerta obrigatoriamente 100% das indicações, tal pretensão seria irreal. Apesar disso a performance até agora tem sido favorável.

Numa conta de demonstração o sistema produziu lucro líquido de cerca 120% entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020 – descontadas todas as taxas e impostos. Para tal, foram obedecidas cegamente todas as indicações.

Comparados aos baixíssimos juros oferecidos pelos bancos (em torno de 1,7% a 2,2%), a aplicação continua atraente diante do risco envolvido.

Na figura abaixo, os dados da performance do Super Trades entre Jan 2019 e Jan 2020. Dados fornecidos pela Boersenmedien AG.

Sistemas (semi-)automatizados de estratégias com opções podem ser eficientes, mas não são fábricas de dinheiro e certamente também envolvem risco.

Quem aplica desta forma geralmente tem capital extra e está procurando uma forma mais lucrativa que as alternativas clássicas oferecidas no mercado.

Os assinantes não precisam do dinheiro para pagar as contas no mês seguinte e via de regra são muito precavidos em relação ao vulto das operações.

O sistema prevê que existirá um “delay”, um pequeno retardo entre o lançamento da indicação e a sua aplicação por parte dos usuários. Antes da indicação o usuário já recebeu um alerta via e-mail chamando sua atenção para uma fase interessante no mercado em questão.

No próximo, passo o usuário recebe a indicação com tempo hábil antes do fechamento da bolsa para que possa ter tempo de entrar e investir. Claro que esperar demais pode ser inconveniente, mas como as operações duram geralmente semanas ou meses, nem sempre a pressa de entrar é fator decisivo.

Via de regra todos tem sempre tempo suficiente para decidir e evitar dificuldades como, por exemplo, não conseguir executar uma “perna” (ou “leg” no jargão) da operação.

Quem aplica desta forma, geralmente tem capital extra e está procurando uma forma mais lucrativa que as alternativas clássicas oferecidas no mercado.

Os assinantes não precisam do dinheiro para pagar as contas no mês seguinte e são geralmente muito precavidos em relação ao vulto da operação. Na busca pela eficiência é importante não cair no no “Overfitting”.

Em linhas gerais Overfitting é uma análise que traduz “exatamente demais” uma determinada curva de dados.

Quando se está fazendo o Backtest, o teste de benchmark com dados históricos, executam-se ajustes além da conta de modo que, no final, o que se conseguiu foi somente uma formula matemática que traduz curva do curso passado, mas não serve para o futuro.

Funciona bem com o curso histórico (conhecido) mas não funciona bem com situações desconhecidas (futuras). Este é um fenômeno bastante frequente entre os programadores de robôs.

O Super Trades, por exemplo, conta com uma certa flexibilidade nas análises para o futuro e por isso mesmo pode até acabar errando.

Mas se no geral foi capaz de acertar mais do que errou: isso é uma garantia de sucesso? Claro que ainda não. Um ano “fora da curva” poderia produzir resultados atípicos gerando a necessidade de ajustes no algoritmo.

Por isso mesmo, o sistema também tem uma componente humana, além de um supervisor das previsões que compara os resultados com dados fundamentais e etc para somente depois disparar os alertas.

O sistema produzido pela Vandermart conta com o próprio usuário como seu gestor – é sempre dele a decisão final.

Devido às condições no Brasil serem melhores que na União Europeia (taxas de juros, dividendos, etc), a perspectiva de êxito de um sistema semelhante operando papéis da B3 é sem dúvida uma das melhores.

Com certeza vamos explorar este potencial assim que terminarmos a adaptação do Vandermart para funcionar com os dados diários de São Paulo.