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Dara Chapman: A importância da clareza nas discussões financeiras de um casal

16 jun 2020, 14:50 - atualizado em 16 jun 2020, 14:50
“Não sei se acontece contigo também, mas você já reparou que um dos assuntos mais difíceis de lidar para um casal se refere às Finanças?”, pergunta Chapman (Imagem: Dênio Simões/Agência Brasília)

Tudo bem com você? Faz pouco tempo que foi o “Dia dos Namorados”, que marca o respeito, o amor e a compaixão com o outro.

E hoje, você continua sendo amável com quem está ao seu lado? Continua olhando para ele ou para ela com compaixão?

Não sei se acontece contigo também, mas você já reparou que um dos assuntos mais difíceis de lidar para um casal se refere às Finanças?

Para muitos casais, só pensar no assunto já é motivo de estresse…

Mas, sem conversar, o casal vai continuar repetindo os mesmos erros e o nível de estresse vai aumentar.

Criticar o outro não ajuda, tampouco esconder as compras não está certo. Veja bem, cada um tem sua forma única de como lidar com o dinheiro.

Quando você se junta com outra pessoa, às vezes (ou sempre) os lados não lidam da mesma forma.

No meu caso, eu tive muita dificuldade em entender como meu marido lidava com o assunto.

Ele é uma pessoa sensorial, vê um objeto e vai mirar sua beleza. Ele pode ter 20, 30, 40 pares de sapato: basta ver um novo, ou diferente, vai desejar.

Nem pensa o quanto custa, ou se precisa daquilo. Se ele gosta, vai querer e ponto. Para mim, é algo muito estranho.

Do meu lado, indiretamente, tenho um outro ponto de vista. Penso no valor financeiro, se eu preciso, se é necessário… bom, somos todos diferentes.

Plano comum como chave para o sucesso

E em seu caso? Você já percebeu como pensa diferente de seu cônjuge? Por mais que você queira, é muito difícil mudar o outro.

Aliás, cá entre nós: você tentar mudar outra pessoa te deixa muito frustrado, não é saudável.

Se você quiser viver em harmonia, deve respeitar o outro pelo que é, não pelo que você deseja que ele/ela seja.

Por isso, o quanto antes, é muito importante estabelecer metas juntos. O casal tem que estar alinhado com o plano, mostrando um para o outro como aquilo é importante.

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“Se vocês determinaram que nos próximos três meses, durante uma crise que passam, o casal só vai gastar com o que é necessário cada um deve respeitar o combinado”, diz (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

Mesmo com hábitos distintos, o casal tem que ter um planejamento em comum.

Uma vez que os dois se comprometem com o plano, você evita muitas discussões.

Fica mais fácil administrar as suas vidas no dia a dia, evitando brigas desnecessárias.

Por exemplo: se vocês determinaram que nos próximos três meses, durante uma crise que passam, o casal só vai gastar com o que é necessário (alimentação, farmácia, plano de saúde, etc.), cada um deve respeitar o combinado.

Se um já sabe que não é possível, melhor repensar o objetivo ou readequar o plano para vocês dois.

Agora, eu sei que é difícil abordar o assunto, mas é necessário para ter harmonia entre o casal.

E para vocês construírem juntos o patrimônio da sua família.

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Para ajudar você tenho um teste. Pegue um papel e uma caneta, escolha uma das respostas de 1 a 5 e no final você vai ter o resultado:

“Com qual frequência vocês dois comentam sobre as suas Finanças?”

1) Nunca – somente um de nós é responsável pelas finanças, então não precisamos falar sobre elas;
2) Raramente – só conversamos sobre dinheiro se há algum problema;
3) Regularmente – mantemos um orçamento e checamos-o para que cada um esteja ciente da responsabilidade de cumpri-lo;
4) Constantemente – dinheiro é algo escasso, um de nós sempre fica atento ao orçamento: de qualquer forma, as finanças são um tópico constante em nossas conversas;
5) Não aplicável – mantemos finanças separadas, então não há nada para discutir.

“Estou confortável com a quantidade de dinheiro que meu cônjuge gasta”

1) Verdadeiro, eu penso – meu cônjuge tem altos e baixos que podem às vezes bagunçar nosso orçamento, mas, no geral, acredito que os gastos são adequados;
2) Falso – eu gostaria que ele/ela gastasse menos em coisas não essenciais;
3) Verdadeiro – quando vemos nossas finanças, está claro que meu cônjuge é responsável com dinheiro;
4) Falso – ele/ela tem compulsão por compras e gasta muito dinheiro;
5) Não aplicável – se meu cônjuge tem dinheiro para gastar, eu fico de fora disso.

“Você estabeleceu objetivos financeiros para o futuro e está trabalhando como um time para atingi-los?”

1) Sim, talvez – temos objetivos para economizar e estou no caminho certo, espero que ele/ela esteja também;
2) Na verdade não – estabelecemos objetivos juntos, o único problema é que um de nós agora nos impede de alcançá-los devido a gastos excessivos;
3) Sim, definitivamente – decidimos como um casal que nós queremos trabalhar em conjunto o que queremos conquistar financeiramente, contribuindo um com o outro e acompanhando nosso progresso em conjunto;
4) Não – nunca temos dinheiro sobrando para economizar, então ainda não estabelecemos quaisquer objetivos;
5) Não aplicável – nós gastamos e economizamos nosso dinheiro como achamos melhor – eu e meu cônjuge não dividimos objetivos financeiros.

“Você possui segredos financeiros que está escondendo de seu parceiro?”

1) Não – eu não tenho quaisquer segredos, meu cônjuge que está preocupado com isso;
2) Sim – às vezes eu escondo alguns recibos ou minto sobre quanto alguma coisa custa, mas nada muito caro;
3) Não – conversamos abertamente e de forma clara sobre dinheiro, além de consultarmos um ao outro antes de tomar grandes decisões que podem afetar a nós dois;
4) Sim – eu tenho muitas dívidas e eu estou esperando que meu cônjuge não descubra isso;
5) Sim – eu tenho minhas próprias contas bancárias e meu cônjuge não sabe sobre isso – e ele/ela não precisa saber.

“Vocês possuem uma reserva de emergência em conjunto?”

1) Eu não tenho certeza sobre o que é uma reserva de emergência – espero que tenhamos uma!
2) Sim – estamos trabalhando para economizar os primeiros R$ 1.000;
3) Sim – temos cerca de três meses de despesas economizadas em caso de uma emergência financeira;
4) Não – entre gastar demais e pagamentos de dívida, nós não chegamos ao senso comum sobre como começar uma reserva de emergência;
5) Não – tenho muita poupança caso eu necessite, mas é problema do meu cônjuge economizar para suas emergências.

“No geral, eu confio no meu cônjuge para tomar decisões financeiras sábias”

1) Sim – até onde eu sei, ele/ela tem tomado decisões boas;
2) Na verdade não – eu não acho que estou 100% confortável em lidar com finanças;
3) Sim, definitivamente – estamos na mesma página quando o assunto é nosso dinheiro, então eu confio no julgamento do meu cônjuge;
4) Sem chance – meu cônjuge é um desastre quando o assunto é gerenciar dinheiro;
5) Não – mantemos nossas finanças separadas para que não tenhamos que nos preocupar com essas coisas em primeiro lugar.

“E meu cônjuge confia em mim também”

1) Eu não tenho certeza – nunca perguntei;
2) A maioria das vezes – eu sou muito bom com nosso dinheiro e nós raramente discutimos, então assumo que meu cônjuge confie em mim;
3) Sim – nossa comunicação aberta me permite saber que meu cônjuge confia em mim o tanto que eu confio nele;
4) Provavelmente não – considerando o quanto nós discutimos sobre dinheiro, eu duvido que meu cônjuge confie em mim em relação as finanças;
5) Não importa – não é preocupação do meu cônjuge o que faço com o dinheiro.

Dúvidas
“Se você quer garantir que são compatíveis financeiramente, é hora de sentar e discutir sobre o dinheiro”, escreve a colunista (Imagem: Pixabay)

Qual número você mais escolheu?

#1: Perdidos

Vocês são financeiramente compatíveis? Quem sabe! Você tem uma perspectiva “ignorância é uma benção” para suas finanças.

Se você quer garantir que são compatíveis financeiramente, é hora de sentar e discutir sobre o dinheiro. Debatam como vocês dois enxergam as suas finanças, seus pontos fortes e fracos, metas e preocupações, depois criem um orçamento com responsabilidades para cada um.

#2: Dá para melhorar

Não existe nenhum grande problema de dinheiro entre vocês dois, mas pode haver problemas mais a frente.

Lembre-se: conversar sobre dinheiro não precisa acontecer somente quando há algo errado. Reserve um tempo para revisar sua situação financeira com seu parceiro regularmente.

Isso irá garantir a vocês felicidade com as suas finanças atuais e dar uma chance para falar sobre temas em que há espaço para melhorias, antes que isso se torne um problema.

#3: Encontro perfeito

Vocês dois entendem e dividem metas e valores quando o assunto é dinheiro. A comunicação é aberta e vocês dois assumem responsabilidades pelas suas finanças.

#4: Desastre financeiro

Sua situação financeira é uma bagunça e vocês dois são responsáveis. Se você é o gastador ou simplesmente não quer falar quando o seu parceiro faz algo que te incomoda, as coisas só podem piorar no futuro.

Mas não deixe isso acontecer. Pode ser uma boa ideia consultar um planejador financeiro ou conselheiro matrimonial que pode ajudar vocês a resolver as questões financeiras.

#5: Financeiramente descompromissados

Vocês dois levam vidas financeiramente independentes. Isso não é necessariamente uma coisa ruim, especialmente para casais que não são moram juntos – embora alguns casais escolham manter as finanças separadas.

Entretanto, é importante pelo menos falar sobre dinheiro e entender os hábitos financeiros do outro e suas metas, caso algum dia vocês decidam unir as finanças ou tomar uma grande decisão conjunta (como comprar uma casa).

Espero ter ajudado você!

Aproveito este momento para indicar seu passe livre à elite do mercado financeiro brasileiro. Para receber o suporte para sempre do Ivan Sant’Anna, Felipe Paletta, Pedro Cerize, André Barros, Marink Martins, Leonardo Pontes, Helena Margarido e ainda receber recomendações desse time inteiro, para sempre, você só precisa fazer isto aqui (sem precisar pagar pelo seu acesso nunca mais).

Uma ótima semana,

Beijos,

Dara Chapman possui mais de 20 anos de experiência trabalhando no mercado financeiro, tendo tido contato direto com gestores de recursos e investidores institucionais do Brasil e do mundo. Possui formação em estudos internacionais na University of Pennsylvania e MBA em Finanças na Wharton School, escola mais antiga de administração dos EUA e uma das mais conceituadas de todo o mundo.
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Dara Chapman possui mais de 20 anos de experiência trabalhando no mercado financeiro, tendo tido contato direto com gestores de recursos e investidores institucionais do Brasil e do mundo. Possui formação em estudos internacionais na University of Pennsylvania e MBA em Finanças na Wharton School, escola mais antiga de administração dos EUA e uma das mais conceituadas de todo o mundo.
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