Daycoval mantém ‘viés de postergação’ e projeta cortes da Selic só em 2026

A melhora do núcleo da inflação corrente e a ancoragem das expectativas em direção à meta devem abrir espaço para o Banco Central (BC) iniciar os cortes da Selic, afirma o Daycoval. No entanto, esse cenário só deve se concretizar em 2026, em linha com a alteração do horizonte relevante para o terceiro trimestre de 2027.
Segundo os economistas da instituição, a mudança desses indicadores não deve ser significativa entre dezembro deste ano e o primeiro trimestre de 2026, apesar da trajetória mais benigna da inflação e da melhora das expectativas.
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“Entendemos que esta probabilidade é baixa dado que a melhora da inflação corrente está mais associada aos itens voláteis do que com o núcleo da inflação, o que por sua vez deve terminar o ano acima do que foi observado no ano passado”, destacam o economista-chefe Rafael Cardoso e sua equipe.
Com isso, a Selic deve permanecer em 15% ao final de 2025. Diante de um quadro fiscal adverso, especialmente em ano eleitoral, o banco reforça ainda o “viés de postergação” para o início da flexibilização monetária.
O Daycoval projeta cortes graduais a partir de janeiro de 2026, com um ajuste inicial de 0,25 ponto percentual. A estimativa é de que a taxa básica encerre 2026 em 11,50%.
Na inflação, a previsão da instituição para 2025 caiu de 5% para 4,9%, com destaque para a deflação de alimentos e para o câmbio mais favorável, que têm ajudado a conter preços industriais. Para 2026, a projeção segue em 4,0%.
No campo da atividade econômica, o banco revisou sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 de 2,2% para 2,1%, após desempenho mais fraco da indústria e dos investimentos no segundo trimestre. Para 2026, a previsão de expansão foi mantida em 1,9%.
Já no mercado de trabalho, a taxa de desemprego foi ajustada de 6,4% para 6% ao final deste ano, refletindo a ocupação acima do esperado.