De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
Aos 29 anos, a brasileira que trocou os palcos do balé por algoritmos e mercados financeiros acaba de entrar para a história. Segundo a Forbes, Luana Lopes Lara se tornou a mulher “self-made” — ou seja, alguém que construiu a própria fortuna do zero — mais jovem do mundo a alcançar o status de bilionária. Ela é cofundadora da Kalshi, plataforma americana de mercados de previsão.
A virada bilionária veio após a startup levantar US$ 1 bilhão (R$ 5,33 bilhões) em uma nova rodada, impulsionando sua avaliação para US$ 11 bilhões (R$ 58,63 bilhões). Em menos de seis meses, o valor de mercado da Kalshi multiplicou por cinco, elevando o patrimônio da jovem. Hoje, ela detém cerca de 12% da empresa, participação que vale aproximadamente US$ 1,3 bilhão (R$ 6,93 bilhões).
Mas antes de bilionária, ela era artista.

De bailarina a engenheira do MIT
A trajetória parecia apontar para o universo das exatas desde o início. Nascida em Belo Horizonte, ela cresceu cercada de influências matemáticas: o pai é engenheiro eletricista, a mãe é professora de matemática e a irmã é engenheira química com doutorado nos EUA.
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Durante a infância e adolescência, morou em cidades como Timóteo (MG), Niterói (RJ) e Joinville (SC). Foi em Joinville que ingressou na escola de balé da filial do Teatro Bolshoi, onde chegou a dançar profissionalmente e se apresentar até mesmo no exterior.
Após o ensino médio, porém, decidiu trocar as sapatilhas pelos estudos.
Ela foi aprovada em universidades de elite nos EUA — Harvard, Yale, Stanford e também no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Optou pelo MIT, onde se formou em engenharia.
Foi por lá que conheceu o libanês-americano Tarek Mansour, com quem fundaria a Kalshi em 2018.
Antes de empreender, acumulou experiência no mercado financeiro trabalhando em mesas de operações de grandes instituições de Wall Street e fundos quantitativos como Citadel, Bridgwater e Five Rings Capital.

O que faz a Kalshi?
A Kalshi opera de forma diferente das bolsas tradicionais. Em vez de ações ou criptomoedas, a plataforma permite negociar contratos baseados em previsões de eventos — sempre com respostas “sim” ou “não”.
Pode ser qualquer tema: eleições, recessão, indicadores econômicos ou tecnologia.
Os preços variam conforme oferta e demanda, e o resultado real do evento determina o ganho ou a perda.
Segundo a cofundadora, o diferencial da Kalshi é permitir que até grandes corporações tenham exposição a eventos globais — algo antes restrito.
A startup atraiu capital de peso. Fundos de risco e nomes como Sequoia Capital, a empresa de investimento de Charles Schwab e o empresário Henry Kravis apostaram na plataforma.
Hoje, a Kalshi vive uma expansão agressiva no setor de apostas esportivas, que já representa 80% do volume negociado.
Luana Lopes na “Under 30” à fortuna bilionária
Em 2021, ela foi reconhecida como a única brasileira na lista Forbes Under 30 dos EUA.
Agora, em 2025, com o crescimento da plataforma e novos aportes, tornou-se a bilionária mais jovem do mundo — e, acima de tudo, sem ter herdado empresa ou patrimônio.