De olho nas eleições, Morgan Stanley projeta Ibovespa aos 189 mil pontos em meados de 2026

Os analistas do Morgan Stanley elevaram Brasil para compra com a proximidade das eleições, Selic no fim do ciclo de altas e dólar mais fraco (Imagem: Leung Cho Pan/Canva)

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Com o Ibovespa (IBOV) nas máximas históricas nominais, o Morgan Stanley passou a adotar uma visão mais positiva para a América Latina e elevou a recomendação para o Brasil para “overweight” (equivalente à compra). 

Agora, o banco projeta o principal índice da bolsa brasileira em 189 mil pontos em meados de 2026, o que equivale a um potencial valorização de 36% em relação aos níveis atuais. Em dólar, o Morgan Stanley estima um crescimento dos lucros em 12% no próximo ano. 

“Acreditamos que um calendário eleitoral movimentado nos próximos 18 meses abre a oportunidade para iniciar uma mudança de política muito necessária, especialmente na política fiscal. Gostamos da relação risco-recompensa no Brasil, onde o cenário otimista se tornou mais provável”, escreveram os analistas Nikolaj Lippmann, Juan Ayala e Julia Nogueira em relatório. 

“Não esperamos uma mudança de política antes de 2027, mas simplesmente a possibilidade de uma, poderia mudar a relação risco-recompensa um pouco em direção às ações”, acrescentaram. 

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Bolsa brasileira “barata” 

Na visão dos analistas, a bolsa brasileira está muito “barata”.

“O Brasil tem um mercado de capitais profundo com um posicionamento extremo em relação à renda fixa para financiar um déficit orçamentário de aproximadamente 10%, combinado com uma alocação recorde de baixa em ações”, afirmaram os analistas do Morgan Stanley. 

Com a proximidade com as eleições presidenciais, a bolsa brasileira pode se beneficiar de uma mudança política, em meio aos sinais de fraqueza do governo atual, e das taxas de juros — hoje, a 14,75% e, que, na visão dos analistas, já atingiram o pico. 

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“Embora estejamos ainda a aproximadamente 18 meses das próximas eleições presidenciais no Brasil (outubro de 2026), observamos sinais de enfraquecimento do apoio à plataforma política atual em comparação com padrões históricos. A taxa líquida de aprovação do presidente Lula (aprovação menos desaprovação), em seu terceiro mandato, está seguindo a mesma trajetória observada com o ex-presidente Jair Bolsonaro no mesmo período no poder”, escreveram em relatório. 

Eles ainda consideram que um dólar norte-americano mais fraco e as taxas globais mais fracas também podem beneficiar o Brasil, com maior fluxo de capital. 

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Onde investir? 

Os analistas do Morgan Stanley veem com “bons olhos” os setores de bancos, estatais, utilities e concessões na bolsa brasileira. 

Entre os papéis, estão Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Nubank (ROXO34). 

A Petrobras (PETR4) também segue atrativa para o Morgan Stanley, mesmo com a queda do petróleo. Para o banco, a empresa possui uma das melhores relações risco-recompensa tanto no Brasil quanto na América Latina.

“Forte crescimento, dividendos elevados, governança aprimorada e o que consideramos ser o valor da opção no caso de uma mudança de política no Brasil que possa reduzir o risco de intervencionismo”, afirmaram os analistas sobre a petroleira. 

Confira as ações recomendadas pelo Morgan Stanley: