Economia

Deflação: Preço dos alimentos cai, enquanto reajuste da gasolina pressiona; veja quem sentiu

19 out 2023, 12:31 - atualizado em 19 out 2023, 12:33
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O segmento de alimentos atingiu seu quarto mês consecutivo de deflação em setembro, enquanto os segmentos de habitação e transportes apresentaram inflação (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O indicador Ipea, que informa a inflação por faixa de renda, manteve-se em queda entre as classes de renda no mês de setembro, com alguns no caminho da deflação e outros passando longe dela.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou que, enquanto as famílias com a faixa de renda alta aceleraram 0,57% na inflação, famílias com a faixa de renda muito baixa desaceleraram em 0,02%.

No acumulado do ano até setembro, a faixa de renda muito baixa apresentou a menor taxa de inflação (2,30%), enquanto a de renda alta registrou a maior taxa (4,38%). Confira a tabela abaixo:

Faixa de renda Inflação
Julho Agosto Setembro Ano 12 meses
Renda muito baixa -0,28 0,13 -0,02 2,30% 3,90%
Renda baixa -0,14 0,18 0,08 2,81% 4,45%
Renda média-baixa 0,02 0,23 0,02 3,30% 5,06%
Renda média 0,23 0,29 0,32 3,82% 5,59%
Renda média-alta 0,36 0,32 0,37 4,14% 5,95%
Renda alta 0,5 0,24 0,57 4,38% 6,41%

Conforme a tabela, nos últimos 12 meses, a menor taxa de inflação veio da faixa de renda muito baixa (3,90%), enquanto a maior veio da faixa de renda alta (6,41%).

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Alívio inflacionário

Segundo os dados, o principal grupo que trouxe alívio inflacionário foi novamente o de “alimentos e bebidas”. Com uma queda significativa dos preços dos alimentos a domicílio pelo quarto mês consecutivo, houve a possibilidade de uma forte descompressão sobre os índices de inflação.

Dessa forma, as maiores quedas de preços registradas em “alimentos e bebidas“ vieram de:

Alimentos Preços
Batata -10,40%
Feijão -7,60%
Leite -4,10%
Farinha de Trigo -3,30%
Carnes -2,90%
Aves e Ovos -1,70%
Óleo de Soja -1,20%

Já os grupos de “artigos de residência” e “saúde e cuidados pessoais“, mesmo que pouco, também contribuíram para desacelerar a inflação das famílias de baixa renda, com impulso das quedas nos preços dos aparelhos eletroeletrônicos (-0,8%) e dos produtos de higiene pessoal (-0,7%).

Em contrapartida, os grupos de “habitação” e “transportes” foram os principais contribuintes para a pressão inflacionária de setembro, devido aos reajustes nas tarifas de energia elétrica (1,0%) e gasolina (2,8%).

As famílias de renda mais alta receberam um impacto sob as altas nas passagens aéreas (13,5%) e nos transportes por aplicativo (4,6%). Além disso, os aumentos dos planos de saúde (0,7%) e serviços de recreação (0,5%) explicam os impactos nos grupos de “saúde e cuidados pessoais” e “despesas pessoais“.

Comparativo anual

Segundo o Ipea, em relação ao mesmo período de 2022, houve piora no comportamento da inflação para todas as faixas de renda, apesar da queda no segmento de alimentos, sendo -1,02% neste ano, ante -0,85% em 2022. Os dados acumulados nos 12 meses, por outro lado, apontaram uma aceleração em todas as faixas, em meio às curvas de inflação apresentadas.

O baixo desempenho para as famílias de rendas mais altas veio principalmente pelo contrate entre o reajuste da gasolina (2,8%) em setembro. Já as famílias de renda muito baixa atingiram a menor taxa de variação no período de 12 meses até agora (+3,90%).

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