Internacional

Demanda da China por petróleo pode encolher pela primeira vez desde 2002

09 set 2022, 13:22 - atualizado em 09 set 2022, 13:22
Atendente reabastece carro em um posto de gasolina Sinopec, em Pequim
Até agora este ano, a China viu suas importações de petróleo bruto de janeiro a agosto caírem 4,7% (Imagem: REUTERS/Thomas Peter/File Photo)

A demanda por petróleo na China, o maior consumidor de energia do mundo, pode se contrair pela primeira vez em duas décadas este ano, já que a política contra a Covid-19 de Pequim mantém as pessoas em casa durante os próximos feriados e reduz o consumo de combustível.

Centenas de milhões de chineses que normalmente pegam as estradas e voos domésticos durante o Festival do Meio do Outono–que cai em 10 de setembro deste ano –e os feriados da Golden Week do início de outubro devem ficar em casa para evitar serem presos por lockdowns repentinos para conter a propagação da Covid-19.

Os lockdowns em cidades importantes, como o centro financeiro de Xangai, já prejudicaram a demanda de petróleo da China no segundo trimestre, enquanto a recuperação para o resto do ano deve ser lenta, à medida que a China mantém sua política de zero Covid.

A demanda da China por gasolina, diesel e combustível de aviação pode cair em 380 mil barris por dia (bpd) para 8,09 milhões de bpd em 2022, o que seria a primeira contração desde 2002, disse Sun Jianan, analista da Energy Aspects, chamando-a de um “momento divisor de águas”.

Em comparação, a demanda aumentou 450 mil bpd, ou 5,6%, em 2021.

Até agora este ano, a China viu suas importações de petróleo bruto de janeiro a agosto caírem 4,7%, a primeira contração para o período de oito meses desde pelo menos 2004.

“Acreditamos que as importações só aumentarão substancialmente no início do primeiro trimestre de 2023, quando a China começar a fornecer petróleo para o Ano Novo Lunar, em vez de nossa expectativa anterior do quarto trimestre de 2022”, disse Sun.

Enquanto as refinarias estatais estão aumentando a produção, as refinarias independentes –que respondem por um quinto das importações de petróleo da China– estão mantendo as operações baixas em meio a uma investigação fiscal, acrescentou.

Encurralado

No quarto trimestre, espera-se que a demanda por gasolina, diesel e combustível de aviação aumente cerca de 530 mil bpd em relação ao terceiro trimestre para 8,55 milhões de bpd, disse Sun, da Energy Aspect, acrescentando que a demanda pode cair ainda mais se os casos de Covid-19 aumentarem.

Para combustível de aviação, a demanda de cerca de 500 mil bpd é menos da metade dos 1,1 milhão a 1,2 milhão de bpd nos dias pré-pandemia, disse Mukesh Sadhav, chefe de downstream e comércio de petróleo da consultoria Rystad Energy.

“A retomada do tráfego rodoviário e do diesel dependerá mais do crescimento macroeconômico”, disse.

Ainda assim, disse Sadhav, o uso de combustível da China pode subir 100 mil bpd este ano para 8,2 milhões de bpd, com expectativa de recuperação da demanda após o Congresso do Partido Comunista em meados de outubro.

“A demanda geral de petróleo deve aumentar em 500 mil bpd em novembro em relação ao ano anterior e 1 milhão de bpd no período de dezembro a fevereiro, com as políticas da China se tornando mais claras”, disse ele.

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