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Demanda fraca prejudica perspectiva das ações da Intel antes dos resultados do 1° trimestre

25 abr 2019, 15:15 - atualizado em 25 abr 2019, 15:15
Não recomendamos assumir uma posição nos papéis da Intel, em um momento em que eles já subiram bastante e parecem vulneráveis a outro fraco desempenho nos resultados, diz analista (Imagem: Pixabay)

Por Haris Anwar/Investing.com

A Intel (INTC), maior fabricante de chips do mundo, estará no centro das atenções hoje quando divulgar seus resultados do primeiro trimestre, já que os investidores querem encontrar uma justificativa para o forte rali em suas ações neste ano, que aumentou o otimismo de que a fraca demanda do ano passado era passageira e a companhia está bem posicionada para ter um desempenho melhor do que seus concorrentes.

Os investidores não tiveram esse sinal em janeiro, quando a Intel desapontou em seus resultados do 4T e no seu guidance para o futuro. Com isso, suas ações despencaram no pregão seguinte. Mas a recuperação foi rápida, e seu desempenho geral até agora em 2019 conta uma história diferente.

A ação subiu quase 26% desde o Ano-Novo, atingindo o ponto mais alto desde 2000, com as expectativas dos investidores de que a demanda por chips usados em smartphones data centers se recuperará no segundo semestre deste ano, depois de um grande declínio na segunda metade do ano passado. Os papéis da Intel fecharam o pregão de ontem com queda de 0,1%, a US$ 58,72.

Gráfico Semanal da Intel

O otimismo dos investidores se deve às expectativas de que os EUA e a China conseguirão resolver sua disputa comercial amigavelmente, eliminando uma grande ameaça para a economia mundial. As iniciativas do governo chinês para reativar sua economia em desaceleração foi outra razão para que as ações do setor se valorizassem neste ano.

Grande parte do crescimento das empresas de semicondutores se deve à China, onde os gastos com jogos e inteligência artificial impulsionou a demanda por seus produtos na última década.

Os dois maiores desafios da Intel

Esse cenário positivo certamente tem algum peso, mas acreditamos que o excesso de otimismo com essa indústria altamente cíclica não é uma atitude inteligente neste momento. Os investidores devem tomar como exemplo a Texas Instruments (NASDAQ:TXN), cujos executivos alertaram, nesta semana, que pode levar tempo até que a demanda de seus clientes por chips se recupere.

Depois de divulgar os resultados no dia 23 de abril, o diretor financeiro da companhia, Rafael Lizardi, apresentou uma perspectiva mais cautelosa para o setor, dizendo que o recente declínio é resultado da redução dos pedidos dos clientes, depois de um período de estocagem de componentes. Geralmente, esse período de crescimento é seguido de quatro ou cinco trimestres de quedas, de acordo com ele.

Além de ter que lidar com uma queda cíclica, a Intel também tem seus próprios problemas. A empresa está enfrentando um difícil ambiente competitivo, em um setor que prospera com a produção de chips menores, mais eficientes e mais potentes em grande volume.

A maior ameaça competitiva da Intel agora vem da Taiwan Semiconductor Manufacturing (NYSE:TSM) e da NVIDIA Corporation (NASDAQ:NVDA), no mercado de data centers, e da Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD), no segmento de computação pessoal. A Amazon (NASDAQ:AMZN), maior empresa de computação na nuvem, anunciou recentemente que utilizaria os chips fabricados pela Taiwan Semiconductor em seu processador de servidores internos.

Resumo

Em razão dessas ameaças, não recomendamos assumir uma posição nos papéis da Intel, em um momento em que eles já subiram bastante e parecem vulneráveis a outro fraco desempenho nos resultados. Apesar disso, preferimos as ações da Intel às dos concorrentes, em razão da sua grande vantagem competitiva, enormes gastos com P&D e atraente política de dividendos. Mas este não é o momento de comprar essa ação, principalmente quando a perspectiva de demanda é incerta e seu preço já está caro. É melhor ficar de fora.

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