Demissões nos EUA permanecem altas com demanda fraca, apesar de reabertura

A demanda fraca está forçando os empregadores dos Estados Unidos a demitir trabalhadores, mantendo o número de novos pedidos de auxílio-desemprego extraordinariamente alto mesmo com a reabertura das empresas, reforçando as visões de que o mercado de trabalho pode levar anos para se recuperar da pandemia de Covid-19.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 1,480 milhão em dado com ajuste sazonal para a semana encerrada em 20 de junho, ante 1,540 milhão na semana anterior, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
O relatório semanal de reivindicações de auxílio-desemprego, os dados mais oportunos sobre a saúde da economia, também mostrou que milhões continuam a receber cheques de auxílio mais de um mês depois que muitas empresas voltaram a operar após fechamentos em meados de março, em um esforço para retardar a propagação da doença respiratória.
As empresas estão contratando, mas outras estão cortando empregos quase no mesmo ritmo. A economia entrou em recessão em fevereiro.
“Algumas empresas tentaram manter sua força de trabalho, esperando para ver o que aconteceria quando as empresas reabrissem”, disse Gus Faucher, economista-chefe do PNC Financial. “Mesmo quando a economia está acelerando, eles não estão vendo muita demanda e decidem que não precisam de tantos trabalhadores.”
Economistas consultados pela Reuters previam 1,3 milhão de pedidos de auxílio-desemprego na última semana. As reivindicações caíram de um recorde de 6,867 milhões no final de março, mas o ritmo de declínio diminuiu e eles somam o dobro do pico durante a Grande Recessão de 2007-09.

Do setor manufatureiro a transporte, varejo lazer e hotelaria, as empresas estão se reestruturando para se adaptar a um cenário amplamente alterado, levando a demissões e falências. Os governos estaduais e locais, cujos orçamentos foram apertados pela luta contra a Covid-19, também estão cortando empregos.
O aumento das infecções por coronavírus em muitas partes do país — incluindo Califórnia, Texas e Flórida — provavelmente prejudicará o emprego, pois algumas pessoas continuam longe de restaurantes e outros estabelecimentos voltados ao consumidor, mesmo que as empresas não voltem a fechar.
Veja na íntegra o relatório mais recente:
(Atualizada às 10h55 – horário de Brasília)