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Democratização de “mint” e Open Editions; o passado rima e esse pode ser o indício de alta em 2023

04 fev 2023, 12:00 - atualizado em 03 fev 2023, 16:21
NFTs Open Edition
O modelo de criação de NFTs Open Edition ganhou tração nas últimas semanas. Entenda o que são (Imagem: pexels)

Aplicativos descentralizados (dApps) como Manifold e Zora, na Ethereum (ETH) vem tomando a narrativa no que se refere a criação de coleções NFTs. Um modelo de lançamento chamado Open Editions, ou edições abertas, também cairam no gosto da comunidade Web3. Essas novidades podem indicar que uma alta como 2021 está próxima.

A razão para que aplicativos descentralizados desenvolvidos para criação de NFTs pegarem força é que plataformas como essas possuem contratos inteligentes semi-prontos, e no processo da implementação entrega toda posse do ativo ao usuário. Dessa forma, o criador do NFT pode vender, usar ou anunciar em todo ecossistema do blockchain.

Em casos onde o usuário cria tokens não fungíveis através da OpenSea, por exemplo, o contrato inteligente com qual interage é o da própria plataforma. Apesar de vinculado à carteira virtual do criador, a posse está nas mãos do marketplace.

Com isso, o usuário muitas vezes fica incapaz de anunciar seu token não fungível em outros marketplaces como Looksrare ou X2Y2.

As plataformas de implementação de NFTs são um meio termo entre o desenvolvedor que programa um contrato inteligente inteiro para criar um token não fungível e uma plataforma mais centralizada.

Não é à toa que o crescimento no uso dessas plataformas vem sendo perceptível. Segundo dados do próprio Manifold, implementados na Dune Analytics, o volume de cunhagens saltou de US$ 547.504 no dia 21 de novembro de 2021 para US$ 8.630.161 no dia 23 de janeiro de 2023, seu pico máximo no gráfico.

Fonte: Dune Analytics

No dia 21 de novembro do ano passado, o total de tokens não fungíveis criados foi de 649, enquanto em sua máxima histórica de volume – dia 23 de janeiro – foi de 2.380.

A popularização destas plataformas foi bastante impulsionada pelo modelo de Open Editions, ou edições abertas desde o final do ano passado.

Tratam-se de criação de NFTs onde  o criador não determina um limite de fornecimento, ou tempo para que os interessados resgatem elas. 

Ambas as características eram os principais condutores que poderiam resultar em uma compra massiva, e um aumento exponencial no preço.

Uma coleção limitada, e exclusiva, com poucas edições sempre foi a narrativa mais querida do mercado para justificar a valorização de seu preço. Ademais, o “sold out”, ou estoque esgotado em poucos minutos, também sempre andou lado a lado.

De US$ 8 para US$ 1.700 em um mês: por que as Open Editions ganham tanta tração?

Conforme Lugui Tillier da Lumx esse não é o primeiro movimento de Open Editions que o mercado de NFTs observa. Ele conta que no começo do mercado de alta de 2021, antes dos grandes movimentos de alta, houve um Open Edition que caiu no gosto dos investidores, o XCOPY.

“É possivelmente o artista mais renomado da Web3, ele stá a muitos anos vendendo artes digitais e hoje com certeza é referência e já chegou a ter artes vendidas por mais de 1.600 ethers”, conta.

Tillier também comenta que é, inclusive, uma rima que os investidores estão fazendo sobre este ano. A volta das Open Editions também pode ser um precedente para a alta de 2023.

Recentemente, a nova atração dos Open Editions também foi causada por um artista famoso no meio da Web3. Jack Butcher já era um artista famoso na chamada Web2, e lançou um projeto chamado “checks” na Web3.

“Ele fez uma Open Edition com valor super acessível, como todas as outras que já havia feito, mas com um mecanismo de burn [queima]. Por três motivos claro, essa coleção acabou pegando bastante tração”, explica.

A primeira foi seu nome, que já era bem posicionado no mercado de arte e design. A segunda foi o fato de ter caido no gosto dos “Degens”, a comunidade da Web3 que é mais imersa neste mercado.

“Essa galera, que vive no Twitter, abraçou muito “checks” e tornou aquilo um símbolo cultural da Web3 fazendo derivações, usando como foto de perfil, criando artes e cima”, diz.

O mecanismo de queima, que visa reduzir a oferta, também foi um dos fatores que impulsionou a coleção de US$ 8 para US$ 1.700 em 25 dias.

Conforme Tillier conta, após esse movimento diversos criadores começaram a lançar suas Open Editions com mecanismo de queima anunciados posteriormente.

O sistema de queima funciona com o detentor do NFT destruindo seu NFT para conseguir um diferente, ou mais raro.

“Praticamente, a única que se manteve acima do preço base foi a do Jack Butcher. Para mim, não foi o modelo que deu certo, mas justamente a questão cultural e a tração de engajamento que ele conseguiu criar”, diz. “ O que diz muito sobre o mercado de NFTs ainda, as pessoas não necessariamente compram pela arte”.

Entretanto, isso não significa para Tillier que as Open Editions seja um modelo ruim. Em sua opinião, é um modo de democratizar financeiramente o acesso, bem como cria uma maior acessibilidade a artistas.

“A maioria das pessoas não sabe a diferença entre uma imagem e uma ideia”, diz Jack Butcher em seu perfil do Twitter.https://twitter.com/jackbutcher/status/1621549292010852355?s=20&t=s_Y3MHIDGGqthD5Ua4H9YA

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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