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Dentro ou fora do IBOV, cresce o potencial de liquidez de mais ações do agro. Veja lista

20 abr 2022, 15:26 - atualizado em 20 abr 2022, 16:47
Ibovespa, Mercados, Ações
As sétimas primeiras posições das ações mais líquidas do agronegócio são tradicionais, mas cresce as demais (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

Procurar um investimento em ação de empresas do agronegócio com boa liquidez, mesmo que não faça parte das mais negociadas do Ibovespa (IBOV), já está com um número cada vez maior de opções para aqueles que precisam manter reservas de emergências ou para as grandes “baleias” internacionais que não montam posições de médio e longo prazos na B3 (B3SA3).

Mesmo que a opção de fazer dinheiro rápido, operando no day trade, seja apenas uma das pontas do tripé desejável – completado por rentabilidade (maior entre as carteiras de prazos mais longos) e segurança -, ao menos a lista de tickers do agro com esse fundamento vai crescendo.

Dito isto, as escolhas do setor, não necessariamente as small caps, tendem a ficar menos empacadas nas mãos dos investidores, podendo ser transformadas em dinheiro com maior rapidez sem pagarem deságio, em uma das avaliações feitas por Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

Em levantamento da Economática feito ao Money Times (veja a lista completa ao final), baseado no volume médio diário negociado das 20 ações de 19 empresas – a Klabin entra com duas classes, a KLBN11 (units) e KLBN3 (ON) -, se nota o avanço em volume negociado especialmente da SLC Agrícola (SLCE3) e da Raízen (RAIZ4).

Crespi registra que ambas, 9º e 8º lugares no ranking das mais líquidas do agro em 2021, podem figurar o IBOV (mais de 80 companhias, em mais de 400 listadas) em algumas das carteiras de 2022. A produtora de grãos e algodão já apresenta um volume diário médio de janeiro a 19 de abril maior do que todo o volume financeiro movimentado em 2021.

De R$ 58,9 milhões em 12 meses para R$ 88,7 milhões em pouco mais de 3,5 meses, saltando no índice geral de liquidez, na soma de todo o volume financeiro negociado em bolsa, de 0,22% para 0,33%.

No caso da produtora de biocombustível e distribuidora, em joint com a Shell, ainda se desconta sua entrada no mercado de ações apenas no meio do ano passado, lembra o research da Guide. E já neste ano, no mesmo período compreendido na pesquisa da Economática, já teve negociado mais de R$ 65,6 milhões na média diária, alcançando 0,35%.

As sete primeiras da lista de empresas produtoras de matérias-primas, processadoras, fabricantes de bens e revendas da cadeia do agronegócio contam com empresas mais antigas e tradicionais do mercado de capitais, como as papeleiras Suzano (SUZB3), Klabin e o frigorífico BRF (BRFS3).

A JBS (JBSS3) lidera, com leve ganho de 1,31% até 19 de abril, quando viu seus papéis resultarem em R$ 404,6 milhões no balanço diário, contra a média de R$ 393,9 milhões (1,30%) nos 12 meses de 2021.

Mas se não há novidade nas primeiras sete posições da lista do macro setor – JBS, Suzano, BRF, Cosan (CSAN3), Klabin (units), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) -, e descontado as menções à SLC e Raízen, a Guide olha mais abaixo da tabela, da mesma forma que para outras empresas da B3 que estão longe das mais negociadas.

Descendo a lista

Jalle Machado (JALL3), em 14º lugar na tabela produzida pela Economática, também estreante em bolsa o ano passado, tem potencial para alcançar maior liquidez, e já detém 0,7% do volume total negociado na B3, com R$ 8,4 milhões.

Mas Rodrigo Crespi desce mais um pouco. “A Boa Safra (SOJA3) está entre nossas recomendações”, diz. A companhia puro sangue de grãos, cujo IPO foi em abril de 2021, está quase na lanterna, a frente de outra estreante Agrogalaxy (AGXY3) e da KLBN3 (Klabin), com apenas R$ 5,8 milhões (0,03%).

Se é quase uma regra que as ações menos líquidas apresentam menor volatilidade – com as exceções de praxe, como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), entre outras -, até que um “grande investidor resolva entrar”, daí que podem servir para posições mais longas se apresentarem potencial de crescimento, as companhias do meio para trás da lista podem começar a fazer dinheiro mais facilmente.

Para completar, acrescenta o analista da Guide Investimentos, os novatos no mercado de ações podem confundir as melhores pagadoras de dividendos com a questão da liquidez.

Ainda que uma boa distribuidora dos lucros possa atrair mais investidores, aumentando sua capitalização diária, nem sempre as duas coisas andam juntas.

“Temos a Unipar (UNIP3), entre outras, que tem baixa liquidez e paga bons dividendos”, finaliza Crespi.

Veja a lista completa da Economática por média (R$ milhares) 2021 e 2022 (1º jan-19 abril)

Nome Clase Código Média* Média** Liquidez* Liquidez**
JBS ON JBSS3 397.943 404.667 1,3 1,31
Suzano S.A. ON SUZB3 472.303 388.682 1,28 1,09
BRF SA ON BRFS3 197.985 225.548 0,74 0,83
Cosan ON CSAN3 219.243 157.218 0,78 0,68
Klabin S/A UNT N2 KLBN11 188.531 143.295 0,75 0,63
Marfrig ON MRFG3 164.742 129.157 0,69 0,57
Minerva ON BEEF3 85.408 75.635 0,39 0,36
Raizen PN RAIZ4 65.649 0,06 0,35
SLC Agricola ON SLCE3 58.912 88.753 0,22 0,33
Sao Martinho ON SMTO3 44.988 66.773 0,21 0,28
M.Diasbranco ON MDIA3 35.837 40.629 0,17 0,2
Brasilagro ON AGRO3 22.268 26.530 0,1 0,12
Camil ON CAML3 15.289 15.333 0,1 0,11
Jallesmachad ON JALL3 8.410 0,04 0,07
3tentos ON TTEN3 8.960 0,02 0,06
Irani ON RANI3 15.038 7.746 0,1 0,06
Kepler Weber ON KEPL3 10.860 13.425 0,04 0,06
Boa Safra ON SOJA3 5.851 0,02 0,03
Agrogalaxy ON AGXY3 1.230 0 0,01
Klabin S/A ON KLBN3 1.542 723 0,01 0,01

 

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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