Depois de afirmar que não tinha pressa, Bessent diz que novo presidente do Fed deve ser anunciado em dezembro ou janeiro

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, teve uma quarta-feira (23) de declarações e contradições ao comentar a situação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, começando o dia com “não estamos com pressa” para anunciar um novo presidente para terminar com um “anunciaremos um indicado em dezembro ou janeiro”.
Powell, que foi nomeado por Donald Trump no final de 2017 para liderar o Fed e depois nomeado para um segundo mandato pelo presidente democrata Joe Biden quatro anos depois, tem mandato até 15 de maio de 2026. Tentativas de Trump de antecipar o prazo não estão sendo bem sucedidas, com a própria Suprema Corte dos EUA reforçando o impedimento do presidente em demitir Powell.
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“O presidente Powell deixará o cargo em maio do ano que vem. Provavelmente anunciaremos o novo indicado em dezembro ou janeiro. A partir desse momento, os mercados estarão atentos ao futuro presidente do Fed”, disse Bessent disse à Fox News durante a noite desta quarta-feira.
Porém, no início do dia, em uma entrevista à Bloomberg TV, o próprio Bessent afirmou que não “estavam com pressa” em anunciar um nome, apesar de deixar claro que o processo de escolha já havia sido iniciado.
Esse discurso faz parte da estratégia do presidente Trump e de integrantes do seu governo em forçar uma saída antecipada de Powell da presidência do banco central americano. Dia sim e dia também, Trump e equipe concedem declarações pesadas, muitas vezes com xingamentos pessoais, falando em demissão ou em renúncia de Powell por não atender aos pedidos de Trump em reduzir os juros.
Durante a entrevista à Fox News, Bessent disse que o comitê do Fed que decide sobre as taxas de juros sofre do que ele chamou de TDS (Trump Derangement Syndrome, ou Síndrome de Aversão a Trump, em tradução literal).
“Agora é a síndrome de aversão tarifária. A profissão ortodoxa da economia mais uma vez se envergonhou. Não me lembro ao certo, acho que são 358 economistas Ph.D. no Fed. Parece que agora o Fed virou um programa de renda básica universal para eles, porque nunca acertam e suas projeções estão sempre erradas”, afirmou Bessent.