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Desaceleração clara: Resultados do 3T25 podem ‘azedar’ otimismo com a bolsa? O que pensa o Santander

28 out 2025, 18:41 - atualizado em 28 out 2025, 16:47
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(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A temporada de resultados do terceiro trimestre de 2025 promete ganhar fôlego nesta quarta (29), com os resultados de Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4).

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A expectativa, porém, não é das melhores. De acordo com Ricardo Peretti, estrategista do Santander, as companhias deverão sentir o peso dos juros altos, hoje em 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas.

Se comparado com o ano passado, a Selic está 4,5 pontos percentuais mais alta — o que se traduz em despesas financeiras mais altas para as companhias.

“Eu classificaria a temporada de resultados do terceiro trimestre como um período de desaceleração clara em relação à performance do primeiro semestre”, afirmou Peretti, em entrevista ao Money Times.

De acordo com ele, os resultados do segundo trimestre já mostraram uma desaceleração no ano contra ano.

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“Há, claro, um contexto econômico por trás disso. Nossa expectativa é de que a economia brasileira tenha crescido cerca de 0,2% em relação ao segundo trimestre, enquanto no trimestre anterior o crescimento foi de 0,4%“.

Em termos agregados, considerando todo o universo de cobertura, o Santander Research espera:

  • Crescimento de receita em 7% ano contra ano;
  • Crescimento de Ebitda em 3%;
  • Queda do lucro líquido em -16%.

Parte dessa queda vem do segmento de commodities, que puxa a média para baixo, porém. Excluídas as produtoras de commodities, os números melhoram:

  • Receita: +10%;
  • Ebitda: +9%;
  • Lucro líquido: -8%.

Bolsa pode azedar com resultados?

Apesar dos lucros mais magros, Peretti diz que a temporada de resultados tem sido coadjuvante nos últimos trimestres. Fatores macroeconômicos, tanto no Brasil quanto no exterior, têm falado mais alto, segundo ele.

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No ano, o Ibovespa dispara 22,98%, renovando recordes históricos.

“Claro que, pontualmente, uma empresa ou outra pode mudar de patamar por conta de resultados muito bons, mas não acredito que esta temporada vá, por si só, mudar o nível da Bolsa.”

Ainda segundo ele, se for para provocar algum movimento, seria até mais por decepção do que por empolgação, dado o cenário atual.

“Hoje, o que tem feito preço é o fluxo estrangeiro: entrada e saída de capital, investidores lá fora olhando Fed, China e Copom. Ou seja, o macro segue ditando o ritmo”.

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Alice Correa, estrategista do Santander, também recorda que, mesmo nos casos de alta expressiva, geralmente há guidance revisado ou mudança de tom nas teleconferências de resultados.

“Nosso time institucional, por exemplo, analisa as nuvens de palavras das calls — e é curioso ver como termos como margem, demanda ou guidance aparecem com mais frequência nos casos de ações que sobem 10%, 20% após a divulgação”.

Quais setores (e empresas) ganham e perdem?

Entre os setores que devem se destacar está o de construção civil, que, segundo Peretti, vem muito bem desde o início do ano — tanto as empresas de baixa renda (como as do Minha Casa, Minha Vida) quanto as de média e alta renda, como Cyrela (CYRE3), Eztec (EZTC3) e JHSF (JHSF3).

“O setor como um todo deve apresentar bons resultados consolidados”.

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Outro destaque são os bancos, com exceção do Santander — que não é coberto por eles — e do Banco do Brasil (BBAS3).

“Os demais, como Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11), Inter (INTR3) e Nubank (NU) devem trazer números sólidos”.

Entre as varejistas, casos específicos como Vivara (VIVA3) e Smartfit (SMFT3) devem surpreender positivamente, mas o setor como um todo deve ter desempenho mais misto em sua visão.

Do lado negativo, o estrategista destaca papel e celulose, já que o preço da celulose e o câmbio devem pesar sobre os resultados.

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No varejo alimentar, Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3) devem mostrar desaceleração no crescimento das vendas. Ambev (ABEV3) também aparece como possível destaque negativo.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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