Bancos

Descanse em paz, orientação futura: inflação força BCs a abandonar ferramenta de sinalização

21 jul 2022, 16:59 - atualizado em 21 jul 2022, 16:59
Banco Central Europeu BCE Bolsas Europeias
O BCE promoveu alta de 0,50 ponto percentual em sua taxa de depósito nesta quinta-feira, o dobro do que havia sinalizado em junho ao estabelecer seus planos de aperto monetário (Imagem: Reuters/Kai Pfaffenbach/File Photo)

Se o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, acabou com sua orientação futura (ou “forward guidance”) no mês passado, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter colocado o último prego no caixão da ferramenta que os formuladores de política monetária há muito usam para comunicar suas intenções aos mercados financeiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O BCE promoveu alta de 0,50 ponto percentual em sua taxa de depósito nesta quinta-feira, o dobro do que havia sinalizado em junho ao estabelecer seus planos de aperto monetário.

O banco só pareceu ter mudado de rumo no início desta semana, quando fontes disseram à Reuters que um aumento maior nos juros tinha passado a ser considerado.

A mudança para o que o próprio BCE descreveu como “abordagem reunião por reunião” é o mais recente alerta para investidores e operadores, que têm visto autoridades de vários bancos centrais –da Austrália à Suíça e à Suécia– mudando de estratégia de maneira surpreendente em relação a sinais de política monetária emitidos apenas semanas antes.

Talvez o indício mais claro de que o fim de jogo já chegou para a orientação futura tenha vindo em junho, quando o Fed elevou os juros em 0,75 ponto percentual, apenas um mês depois que seu chair, Jerome Powell, descartou ajuste de tal magnitude.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Está morta e enterrada”, disse Peter Kinsella, chefe global de estratégia cambial da gestora de ativos UBP, que há meses leva “zero em conta” a orientação futura de bancos centrais.

“Foi uma ferramenta que os bancos centrais usaram quando a inflação estava muito baixa, basicamente para dizer ‘manteremos os juros baixos por muito tempo’ para incentivar os consumidores a continuar gastando.”

Mas a inflação está de volta com força total, chegando a 8,6% na zona do euro, impulsionada pelos preços de energia e alimentos. Os números tornaram obsoleta a promessa do BCE de iniciar os aumentos de juros com um movimento modesto.

“À medida que dados são divulgados no decorrer do período entre o início da orientação e o momento real de entrega desses aumentos (de juros)… e a especulação começa a aparecer, isso pode aumentar a volatilidade em si”, disse Gareth Hill, gestor de portfólio da Royal London Asset Management.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso significa que a formulação de estratégias de investimento está prestes a se tornar mais difícil para investidores acostumados a escanear declarações de política monetária em busca dessas palavras mágicas: “período prolongado”.

Mesmo nesta nova ordem mundial, os bancos centrais continuarão orientando os mercados até certo ponto, talvez para apertar as condições financeiras e domar as expectativas de inflação.

Nick Kounis, analista da ABN AMRO, está entre os satisfeitos com uma abordagem mais dependente de dados.

“Aqui você está tentando entender os dados e a orientação futura e se isso mudará. Isso cria muita complexidade para qualquer um que tentar entender o que um banco central está tentando fazer”, disse Kounis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O comunicado do BCE “sinalizou a morte bem-vinda de uma orientação futura específica demais”, acrescentou.

Money Times é Top 10 em Investimentos!

É com grande prazer que compartilhamos com você, nosso leitor, que o Money Times foi certificado como uma das 10 maiores iniciativas brasileiras no Universo Digital em Investimentos. Por votação aberta e de um grupo de especialistas, o Prêmio iBest definirá os três melhores na categoria de 2022. Se você conta com o nosso conteúdo para cuidar dos seus investimentos e se manter sempre bem-informado, VOTE AQUI!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar