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Descentralização: Compound lança seu token nativo de governança

08 jun 2020, 8:28 - atualizado em 08 jun 2020, 8:28
Compound se apresenta como um protocolo de taxas de juros autônomo e algorítmico para desenvolvedores (Imagem: Medium/Compound)

Compound migrou de um modelo de governança centralizado para um modelo de governança descentralizado, em que todas as decisões são tomadas pela comunidade.

Cada usuário da Compound, tanto mutuários como mutuantes na plataforma de finanças descentralizadas, agora receberá um token nativo de governança COMP cada vez que realizarem uma transação.

O whitepaper da plataforma Compound foi lançado em junho de 2019. Descreve Compound como uma plataforma criada no blockchain Ethereum que consolida mercado monetários, “que são pools de ativos com taxas de juros calculadas de forma algorítmica, com base na oferta e demanda do ativo”.

Fornecedores e mutuários dos ativos na plataforma Compound interagem diretamente com o protocolo. Usuários da plataforma ganham ou pagam por uma taxa oscilante de juros e não têm de negociar termos como amadurecimento, taxa de juros ou garantia com uma pessoa ou contraparte.

Cada mercado de concessão e contração de empréstimos, ou mercado monetário, é único para cada token Ethereum que a plataforma Compound fornece suporte.

Por exemplo, um token de oferta inicial de moeda (ICO), como o 0x (ZRX), possui taxas de concessão e contração para stablecoins lastreadas em dólar, como USD Coin (USDC).

Cada mercado monetário na plataforma possui um registro transparente e disponível publicamente, que contém um registro de todas as transações e taxas de juros.

ZRX, BAT, DAI, ETH, USDC, REP e BTC são alguns dos ativos disponíveis para negociação na plataforma de empréstimos Compound (Imagem: Twitter/Compound Finance)

Saldos de ativos fornecidos são representados por cTokens (tokens de garantia). Esses tokens só existem na Compound, mas entram no padrão de contratos inteligentes ERC-20.

cTokens representam um ativo específico, com o qual usuários podem ganhar rendimento, e servem como uma representação da garantia usada para um empréstimo.

Usuários podem pegar emprestado entre 50-75% de cada um dos seus saldos individuais de cToken, dependendo da avaliação da dependência de preço do ativo subjacente da Ethereum. Usuários podem acrescentar ou remover fundos a qualquer momento.

Porém, se a dívida de um usuário se tornar subgarantida, liquidadores públicos podem reivindicar seus ativos. Liquidadores recebe um desconto de 5% para ativos liquidados e isso serve como um incentivo para que realizem seus serviços.

COMP, o token de governança da Compound, foi anunciado em fevereiro. Qualquer um pode propor uma mudança ao protocolo Compound, incluindo o acréscimo de novos ativos, a alteração do modelo para configurar uma taxa de juros de um ativo específico ou remover um ativo.

Uma alteração proposta de governança só entrará em votação se 1% do fornecimento total dos tokens COMP indicar que é possível. Em seguida, o processo completo, desde a votação à alteração de código, leva muitos dias.

Alocações do token COMP foram explicadas quando o plano de descentralização foi anunciado: 46% será detido por acionistas, fundadores e a equipe Compound, mas cerca de metade está sujeita ao período de aquisição de quatro anos.

Grande parte do poder de votação é controlada pelas pessoas que criaram a Compound, mesmo que a empresa não possua nenhum COMP.

Antes do lançamento público da nova plataforma Governance comandada pelo token Compound Finance, usuários tiveram a oportunidade de escolher quais ativos eles queriam que fossem acrescentados à plataforma Compound.

Muitos ativos poderiam estar disponíveis como novas opções de garantia para empréstimos na Compound, incluindo tokens de aplicativos (“application tokens”) como Decentraland (MANA), tokens de corretoras (“exchange tokens”) como Huobi Token (HT) e stablecoins como TrueUSD (TUSD).

Maker (MKR) e Tether (USDT) lideraram a votação inicial. Agora, tether será acrescentado à plataforma e marca as primeiras decisões principais de governança dos usuários da plataforma.

A distribuição é alocada a cada mercado monetário individual e será proporcional aos juros sendo acumulados. Já que condições de mercado mudam e ativos na Compound se tornam mais ou menos populares, a alocação de COMP entre ativos também irá mudar.

Em cada mercado monetário, 50% da distribuição é obtida por fornecedores (mutuantes) e 50% por mutuários. Em tempo real, usuários poderão ganhar COMP em proporção a seus balanços.

Assim, usuários da plataforma Compound agora possuem uma “segunda” taxa de juros além da que podem ganhar com a concessão de empréstimos.

Compound é a terceira maior plataforma do setor DeFi, seguida de Maker e Synthetix (Imagem: DeFi Pulse)

Segundo dados do site DeFi Pulse, existem mais de US$ 114 milhões equivalentes de ativos da Ethereum bloqueados na plataforma Compound. Isso faz com que seja a terceira maior plataforma no setor de finanças descentralizadas (DeFi), após do protocolo Maker e da plataforma de derivativos Synthetix.

Robert Leshner, fundador da Compound, afirmou que equipes em cripto que têm reservas de DAI e cripto são os usuários mais frequentes do protocolo.

Durante uma entrevista no fim de 2019, Leshner explicou como a startup de São Francisco planeja, no futuro, “descentralizar” o protocolo ao permitir que corretoras e custodiantes, como a Coinbase, tenham um papel fundamental em manter o protocolo funcionando.

Em novembro de 2019, Compound Finance arrecadou US$ 25 milhões em uma rodada liderada pelo fundo cripto de Andreessen-Horowitz (a16z).

Logo em seguida, houve uma rodada “seed” (para ajudar em seu crescimento) de US$ 8,2 milhões liderada por Bain Capital Ventures, Andreessen-Horowitz e Polychain Capital.

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