Internacional

Desemprego na baixa renda torce cena salarial, diz estudo do Federal Reserve

01 set 2020, 13:51 - atualizado em 01 set 2020, 13:51
Federal Reserve
Embora a taxa de desemprego no país tenha saltado para um recorde de várias décadas, a 14,7% em abril, a mediana dos ganhos semanais aumentou mais de 10% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)

Medidas de crescimento salarial que aumentaram nos EUA, apesar dos níveis surpreendentes de desemprego durante a pandemia do coronavírus, refletem perdas desproporcionais de empregos entre trabalhadores de baixa renda, diz a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, em novo estudo da qual é co-autora.

Embora a taxa de desemprego no país tenha saltado para um recorde de várias décadas, a 14,7% em abril, a mediana dos ganhos semanais aumentou mais de 10% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.

Essa alta não significa que os salários estejam aumentando, mas sim que mais trabalhadores de baixa renda do que aqueles de maior renda perderam seus empregos durante a pandemia.

Isso deixou, para o cálculo dos dados, um grupo geral de trabalhadores com salários mais altos, escreveram Erin Crust, Mary Daly e Bart Hobijn em carta econômica publicada na segunda-feira no site do Fed de São Francisco.

Hobijn é um pesquisador visitante do Fed de São Francisco e professor de economia da Arizona State University, onde Crust é aluno.

“Nos meses seguintes ao início da Covid-19, trabalhadores situados entre os 25% de salários mais baixos da distribuição de rendimentos representaram cerca de metade das saídas para o desemprego.

Em contraste, a metade superior da distribuição representou apenas cerca de um terço das saídas”, escreveram os economistas.

Quando separados do quadro geral, os assalariados que permaneceram empregados em tempo integral durante a pandemia viram a mediana de seus ganhos semanais desacelerar no segundo trimestre, indicando mais uma vez que os movimentos nos dados agregados estão sendo distorcidos pelo impacto desproporcional nos empregos ao longo do espectro salarial.

“É importante perceber que o que sobe deve descer”, escreveram os economistas. “Embora as recentes perdas de empregos de trabalhadores de baixa renda tenham impulsionado o crescimento salarial durante o início da crise da Covid-19, seus ganhos de empregos durante a recuperação serão, ao invés disso, um entrave ao crescimento salarial agregado.”

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
bloomberg@moneytimes.com.br
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual — toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar