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Desinvestimento em carvão deve frear perda de bilhões da Vale

21 jan 2021, 15:14 - atualizado em 21 jan 2021, 19:52
Vale
Para o banco, a movimentação está em linha com a estratégia da empresa de se tornar uma referência ESG de longo prazo (Imagem: Facebook/Vale)

O primeiro passo dado pela Vale (VALE3) nesta quinta-feira (21) para começar o desinvestimento no mercado de carvão deve frear as fortes perdas que a empresa sofreu desde que decidiu entrar neste ramo, na visão do BTG Pactual.

A empresa assinou um acordo para comprar a participação da empresa Mitsui na mina de carvão de Moatize. De acordo com a empresa, com essa negociação, será possível estrutura a saída da empresa da mina e do Corredor Logístico de Nacala (CLN), o que é o primeiro passo para o desinvestimento no negócio.

“Reconhecemos que a incursão no carvão/Moatize foi um grande erro, com a empresa afundando bilhões de dólares e diluindo o retorno. No entanto, temos o prazer de ver a Vale dar o primeiro passo para desinvestir seu negócio de carvão”, avaliou o BTG.

Para o banco, a movimentação está em linha com a estratégia da empresa de se tornar uma referência ESG de longo prazo.

Embora essa saíde possa pegar alguns investidores de surpresa, isso não deve acabar com a história de retorno de caixa de curto prazo da Vale.

“No final das contas, a Vale está reconhecendo um erro e trocando de marcha, o que acreditamos ser um passo na direção certa por parte desta gestão”, comentou o BTG.

Para eles, embora as ações da vale sejam inegavelmente baratas, acredita-se que a redução do risco da história do patrimônio será um processo gradual baseado em três pilares: (i) retorno de caixa – os analistas estimam que a Vale distribuirá dividendos elevados no próximo ano; (ii) recuperação gradual dos volumes e redução dos custos à frente; e (iii) uma percepção ASG que melhora marginalmente (longo prazo).

Em geral, o banco se mostrou confiante de que a administração está altamente focana na eliminação de gastos desnecessários de dinheiro, o que os faz reiterar a compra dos papéis, com preço-alvo de US$ 21.

Jornalista | Analista de Marketing
vitoria.fernandes@moneytimes.com.br