Destaques da Bolsa

IRB Re (IRBR3) salta mais de 50% e Natura (NTCO3) cai 16% — veja o que foi destaque do Ibovespa na semana

17 ago 2024, 9:01 - atualizado em 17 ago 2024, 10:20
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(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O mercado reduziu os temores de uma recessão nos Estados Unidos em uma semana marcada por dados econômicos. O Ibovespa (IBOV) sentiu a melhora do apetite ao risco no exterior e seguiu a tendência de ganhos, com direito a renovação de máxima histórica intradia.

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No cenário doméstico, a reta final da temporada de balanços corporativos concentrou as atenções dos investidores. Em destaque, Americanas (AMER3) que divulgou os balanços atrasados da varejista referentes ao ano fechado de 2023 e os primeiros seis meses de 2024 e informar que vai descontinuar a divulgação dos próximos guidances

Com isso, as ações da companhia, que está em recuperação judicial, derreteram mais de 50% em uma única sessão e renovou a cotação mínima história ao atingir R$ 0,09.

Mais uma vez, o mercado também repercutiu dados econômicos.

Entre eles, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 1,37% em junho na comparação com maio, acima do esperado. O consenso era de alta de 0,50% no mês.

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Apesar do crescimento da economia ser positivo, o dado aumentou as incertezas sobre a trajetória da inflação — que está em 4,50% no acumulado de 12 meses, no teto da meta (de 3%) para este ano. 

As declarações de dirigentes do Banco Central também movimentaram a semana.

Na segunda-feira (12), o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, afirmou que a última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não traz um ‘guidance’ para as próximas decisões da autoridade monetária. Ele ainda acrescentou que o BC está dependente de dados e a alta dos juros está na mesa do Copom.

Já em evento na última sexta-feira (16), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, seguiu na mesma linha e disse que os dirigentes da autoridade monetária estão preparados para elevar a Selic, “caso necessário”. Ele reafirmou que a autoridade monetária segue “muito incomodada” com a desancoragem de expectativas.

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O Ibovespa (IBOV) empregou oito altas consecutivas e renovou a máxima intradia ao alcançar os 134.781,44 pontos na última sexta-feira (16). O principal índice da bolsa brasileira encerrou o último pregão aos 133.953,25 pontos e acumulou alta de 2,56% na semana.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,46, com queda acumulada de 0,81% nas últimas cinco sessões.

  • IBOVESPA FAZENDO HISTÓRIA, NUBANK COM O DOBRO DE LUCRO E AMERICANAS DESABANDO: O RESUMO DA SEMANA

Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 12 a 16 de agosto:

Maiores altas do Ibovespa 

Na ponta positiva do Ibovespa, IRB Re liderou os ganhos da semana com salto de mais de 52%.

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As ações da resseguradora repercutiram o crescimento de 224,6% do lucro líquido da companhia no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.

Além disso, o impacto das enchentes do Rio Grande do Sul, em maio, também foi menor do que o esperado.

Em reação aos resultados, o BTG Pactual elevou a recomendação dos papéis para compra e elevou o preço-alvo para as ações de R$ 32,52 para R$ 40 — que foi superado na última sessão da semana.

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

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CÓDIGO NOME PREÇO VARIAÇÃO SEMANAL 
IRBR3 IRB Re ON R$ 44,86 52,38%
BRFS3 BRF ON R$ 24,30 10,81%
JBSS3 JBS ON R$ 36,45 9,43%
WEGE3 Weg ON R$ 53,25 7,14%
ENGI11 Energisa units R$ 48,80 7,06%
CMIG4 Cemig PN R$ 11,62 7,00%
BBAS3 Banco do Brasil ON R$ 28,37 6,85%
RDOR3 Rede D’Or ON R$ 31,60 6,47%
MRFG3 Marfrig ON R$ 12,89 6,35%
ITUB4 Itaú Unibanco PN R$ 36,74 6,31%

Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa do principal índice da bolsa brasileira, Natura liderou as perdas da semana — também em reação ao balanço do segundo trimestre.

A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 858,9 milhões no segundo trimestre, 17,4% maior do que o prejuízo reportado no mesmo período do ano passado. O aumento do prejuízo é explicado principalmente pelo “write-off” não-caixa não-recorrente de R$ 725 milhões.

Além disso, a empresa de cosméticos informou que a sua subsidiária Avon, que foi adquirida em 2020, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, o Chapter 11.

Entre os destaques, Localiza também ficou entre as maiores perdas após reportar o aumento do prejuízo líquido entre abril e junho. O montante negativo cresceu seis vezes em relação ao mesmo período de 2023. 

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Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:

CÓDIGO NOME PREÇO VARIAÇÃO SEMANAL 
NTCO3 Natura ON R$ 13,83 -16,33%
RENT3 Localiza ON R$ 42,60 -12,79%
COGN3 Cogna ON R$ 1,33 -12,50%
AZUL4 Azul PN R$ 7,41 -6,79%
PETZ3 Petz ON R$ 3,77 -6,45%
AZZA3 Azzas 2154 S.A. R$ 51,10 -5,21%
YDUQ3 Yduqs ON R$ 9,80 -5,13%
CRFB3 Carrefour Brasil ON R$ 9,27 -5,12%
DXCO3 Dexco ON R$ 7,69 -4,47%
RRRP3 3R Petroleum ON R$ 28,17 -4,44%

Exterior

No exterior, novos indicadores dos Estados Unidos divulgados ao longo da semana afastaram o temor de uma recessão da maior economia do mundo — que abalou os mercados internacionais na semana anterior. 

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,2% em julho ante junho, como o previsto. Na comparação anual, o CPI subiu 2,9% e ficou levemente abaixo das expectativas de 3%. A taxa anual é a mais baixa desde março de 2021.

Embora o CPI não seja o dado de referência do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) para a inflação, o indicador é usado pelo mercado para calibrar as expectativas dos investidores sobre a trajetória dos juros da maior economia do mundo.

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Além disso, as vendas no varejo norte-americano subiram 1,0% em julho, depois de uma queda revisada para baixo de 0,2% em junho. Já os pedidos de auxílio-desemprego caíram 7 mil na semana, a 227 mil — ante expectativa de 233 mil.

Com os dados melhores do que o esperado, o mercado consolidou as apostas de afrouxamento monetário nos Estados Unidos a partir de setembro.

Na última sexta-feira (16), as apostas de corte de 25 pontos-base, o que levaria os juros dos Estados Unidos (Fed Funds) a faixa de 5% a 5,25% ao ano, eram as majoritárias. A probabilidade de redução dos juros em menor magnitude eram de 74,5%, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group.

Wall Street teve a melhor semana do ano. O S&P 500 avançou mais de 4% na semana — o melhor desempenho desde novembro de 2023. O Nasdaq subiu 5% e o Dow Jones teve ganho acumulado de 3% nos últimos cinco pregões.

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O que esperar para a próxima semana?

No Brasil, a próxima semana deve ser decisiva para as contas públicas. O Senado Federal deve apreciar o projeto de lei que trata da desoneração da folha de pagamentos, que beneficia 17 setores da economia, na próxima terça-feira (20).

O mercado também segue na expectativa das indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Banco Central, sendo de três novos diretores e do Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, à presidência do BC a partir de janeiro de 2025.

No exterior, os investidores ficaram atentos à ata da última reunião de política monetária do Fed e às perspectivas do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, sobre a economia dos Estados Unidos no simpósio de Jackson Hole — um encontro anual de autoridades de bancos centrais, para obter mais sinais sobre a trajetória dos juros.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.