Marfrig (MRFG3) salta mais de 26% e Banco do Brasil (BBAS3) derrete após balanço do 1T25; veja os destaques do Ibovespa na semana

O Ibovespa (IBOV) teve mais uma semana positiva com a reta final da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25) e alívio nas tensões comerciais com acordo entre os Estados Unidos e a China.
O principal índice da bolsa brasileira acumulou alta de 1,96% nos últimos cinco pregões e encerrou a sessão da sexta-feira (16) no nível dos 139 mil pontos, após uma semana de recordes. Na última quinta-feira (15), o Ibovespa terminou o dia cotado aos 139.334,38 pontos, renovando a máxima histórica nominal.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a R$ 5,66 e subiu 0,26% ante o real na semana.
No cenário doméstico, o cenário fiscal voltou a concentrar as atenções com rumores de que o governo possa anunciar novas medidas nos próximos meses na tentativa de recuperar a popularidade antes das eleições de 2026. Entre as iniciativas estariam um novo Vale Gás a entregadores de aplicativos, um reajuste do Bolsa Família e um programa do Ministério da Saúde para uso de estruturas de hospitais particulares para cirurgias do Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou acalmar o mercado ao afirmar que a equipe econômica está preparando medidas pontuais para assegurar o cumprimento da meta fiscal, que serão discutidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, ressaltando não haver estudo sobre eventual reajuste do Bolsa Família.
Entre os dados econômicos, as vendas no varejo cresceram 0,8% em março na comparação com o mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado ficou abaixo da expectativa dos analistas consultados pela Reuters, de avanço de 1,0%.
Além disso, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) destacou que as incertezas em torno da política econômica nos Estados Unidos e a guerra tarifária contra a China têm impacto sobre expectativas de inflação, ainda desancoradas.
Na avaliação do mercado, a ata foi “neutra” em relação ao comunicado da decisão sobre a Selic e os agentes financeiros elevaram as apostas de que o ciclo de aperto monetário no Brasil já chegou ao fim
No exterior, o mercado acompanhou novos acordos comerciais firmados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na madrugada de segunda-feira (12), os EUA e a China anunciaram um acordo temporário em reduzir as tarifas recíprocas por 90 dias. O chefe da Casa Branca também viajou ao Oriente Médio e fechou parcerias com os Emirados Árabes Unidos.
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Sobe e desce do Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Marfrig (MRFG3), com a a eventual fusão da Marfrig com a BRF (BRFS3).
Na última quinta-feira (15), as duas companhias anunciaram um acordo de combinação dos negócios — com criação da MBRF — a expectativa é de que o fechamento da transação aconteça no início do segundo semestre deste ano. Os analistas do Bradesco BBI e da XP afirmaram que os termos propostos no acordo entre as companhias parecem beneficiar os acionistas da Marfrig mais diretamente.
O CEO da Marfrig (MRFG3), Marcos Molina, disse que a fusão é um passo natural no futuro das companhias, durante coletiva de resultados da companhia. A fusão vai nos permitir avançar em escala e diversificação, e a MBRF já nasce como a 7ª maior empresa do Brasil com receita de R$ 153 bilhões”, disse.
Os números do balanço do 1T25 ficaram em segundo plano. A processadora de alimentos reportou um lucro líquido atribuído ao controlador de R$ 88 milhões entre janeiro e março, um crescimento de 40,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Na avaliação dos analistas, a empresa reportou números acima do esperado, com destaque para um forte desempenho na América Latina.
Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 12 a 16 de maio:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
MRFG3 | Marfrig ON | 26,30% |
HAPV3 | Hapvida ON | 20,00% |
NTCO3 | Natura ON | 16,72% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | 16,57% |
AZZA3 | Azzas 2154 S.A. | 14,95% |
VIVA3 | Vivara ON | 13,36% |
PETZ3 | Petz ON | 10,89% |
PCAR3 | GPA ON | 8,82% |
TOTS3 | Totvs ON | 8,48% |
BRFS3 | BRF ON | 8,23% |
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Já a ponta negativa foi liderada por Banco do Brasil (BBAS3) em reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
O lucro líquido ajustado do banco recuou 20,7% na base anual, de R$ 7,3 bilhões, entre janeiro e março deste ano. É o primeiro recuo dos números após 16 trimestres consecutivos de crescimento anual do lucro. Além disso, foi o único, entre os grandes bancos, a apresentar redução.
A financeira também suspendeu a divulgação das projeções (guidance) de lucro, margem financeira bruta e custo de crédito.
Em reação, o Bradesco BBI cortou a recomendação de compra das ações para neutra, com preço-alvo de R$ 31 — o que representa um potencial de valorização de 5% sobre o preço de fechamento anterior.
Veja as maiores quedas do Ibovespa na semana:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | -13,07% |
AZUL4 | Azul PN | -11,90% |
JBSS3 | JBS ON | -8,17% |
RAIZ4 | Raízen ON | -5,00% |
YDUQ3 | Yduqs ON | -4,65% |
ELET3 | Eletrobras ON | -3,77% |
ELET6 | Eletrobras PNB | -3,26% |
BRAV3 | Brava Energia ON | -3,18% |
CSAN3 | Cosan ON | -3,07% |
BPAC11 | BTG Pactual units | -2,13% |