Destaques da Bolsa

Raízen (RAIZ4) tem alta de 25%, enquanto Azzas 2154 (AZZA3) recua quase 12%; veja os destaques do Ibovespa na semana

24 maio 2025, 10:02 - atualizado em 23 maio 2025, 19:16
Day Trade, Investimentos, Mercados, Empresas
O Ibovespa recuou quase 1% com escalada da aversão a risco com o cenário fiscal dos Estados Unidos e mudanças no IOF no Brasil (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOVinterrompeu a sequência de ganhos na semana com o aumento da aversão a risco com o cenário fiscal dos Estados Unidos e mudanças na tributação de operações financeiras no Brasil. 

O principal índice da bolsa brasileira acumulou queda de 0,98% nos últimos cinco pregões e encerrou a sessão da sexta-feira (23) no nível dos 137 mil pontos, após uma semana de recordes. Na última terça-feira (20), o Ibovespa alcançou os 140 mil pontos pela primeira vez na história. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a R$ 5,64 e recuou 0,44% ante o real na semana.

No cenário doméstico, fiscal voltou ao centro das atenções. Na última quarta-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) sobre o setor elétrico que institui a chamada “justiça tarifária”, ampliando a gratuidade da conta de luz para milhões de famílias. A medida faz parte do pacote de anúncio do governo para tentar melhorar a popularidade de Lula, de olho nas eleições presidenciais de 2026.

Mas o humor do mercado ‘azedou’ após o Ministério da Fazenda confirmar o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para crédito de empresas, previdência privada (VGBL, mais especificamente) e câmbio no noite da última quinta-feira (22). A mudança ofuscou o corte de R$ 31, 3 bilhões em gastos púbicos no Orçamento de 2025, anunciado no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias. 

Entre os dados, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) ficou acima do esperado. A prévia do Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,8% em março, após uma alta de 0,5% em fevereiro, e acumula avanço de 4,2% em 12 meses.

No exterior, o cenário fiscal dos Estados Unidos injetou cautela nos mercados globais. O rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s na sexta-feira passada (16), acionou um alerta sobre a trajetória do endividamento norte-americano.

Durante a semana, a Câmara dos Representantes aprovou o projeto de lei que projeto de lei que prevê corte de impostos e aumento de gastos em algumas áreas consideradas estratégicas pelo governo. A proposta acrescentará cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal na próxima década, de acordo com o independente Escritório de Orçamento do Congresso.

A matéria segue agora para apreciação do Senado norte-americano e a expectativa é de que a votação aconteça até junho.

Os investidores também reagiram a novas ameaças tarifárias do presidente Donald Trump na sexta-feira (23). O chefe da Casa Branca anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre a importações dos produtos da União Europeia no país, que deve entrar em vigor em 1º de junho.

Trump também disse que Apple (AAPL) terá que pagar uma taxa de 25% para importar os produtos nos Estados Unidos, caso não forem fabricados no país.

Sobe e desce do Ibovespa

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Raízen (RAIZ4), a joint venture de energia renovável entre a Cosan (CSAN3) e a Shell.

Os papéis subiram com a expectativa de desalavancagem da companhia com a venda de ativos. Na última quarta-feira (21), os investidores reagiram ao acordo de venda de projetos de geração de usinas de geração solar para o Pátria Investimentos.

Segundo informações do Estadão, a companhia também avalia a venda de ativos para a Argentina, que já contam com interessados — Trafigura (multinacional de commodities com sede em Cingapura e unidade em Montevidéu) e a Glencore (anglo-suíça que atua em mineração e commodities). As negociações estão sendo conduzidas pelo BTG Pactual.

As ações da JBS (JBSS3) acumularam alta de mais de 7% na semana com a aprovação da dupla listagem da companhia pelos acionistas, em assembleia geral extraordinária. A expectativa é de que os papéis comecem a ser negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) em 12 de junho.

Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 19 a 23 de maio: 

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
RAIZ4 Raízen ON 25,15%
JBSS3 JBS ON 7,30%
CSAN3 Cosan ON 5,94%
BRKM5 Braskem PN 5,02%
RDOR3 Rede D’Or ON 3,65%
SMTO3 São Martinho 3,10%
BRFS3 BRF ON 3,08%
VIVA3 Vivara ON 2,88%
TOTS3 Totvs ON 2,21%
ENGI11 Energisa units 2,20%
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Já a ponta negativa foi liderada por Azzas 2154 (AZZA3), com o avanço dos juros futuros na esteira da escalada dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasurys, de olho na trajetória da dívida pública norte-americana.

Em linhas gerais, as ações cíclicas são pressionadas pelo avanço dos juros, já que o desempenho das companhias estão diretamente relacionados à atividade econômica. Em cenários de juros mais elevados, o nível de consumo diminui — impactando negativamente os setores de varejo e construção, principalmente.

Em destaque, Cogna (COGN3) acumulou baixa de quase 8%, pressionada pelo novo marco regulatório para os cursos de ensino superior, divulgado na segunda-feira (19) pelo Ministério da Educação (MEC), com novas regras para as modalidades presencial, semipresencial (hibrido) e a distância (EAD).

Agora, os cursos de direito, medicina, odontologia, enfermagem e psicologia só poderão ser ofertados exclusivamente na modalidade presencial. Outros cursos da área de saúde e licenciatura também não poderão ser ofertados a distância, mas as instituições educacionais poderão adotar o formato semipresencial.

Na avaliação do JP Morgan, as novas medidas vieram mais restritivas do que o esperado. Já o BTG Pactual avalia que o impacto das novas regras deve ser negativa para as empresas do setor, principalmente para as companhias com alta exposição ao EAD — ou seja, para 67% dos players do setor.

Veja as maiores quedas do Ibovespa na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
AZZA3 Azzas 2154 S.A. -11,85%
MRVE3 MRV ON -9,46%
VAMO3 Vamos ON -9,25%
MGLU3 Magazine Luiza ON -7,98%
COGN3 Cogna ON -7,94%
PCAR3 GPA ON -7,21%
AZUL4 Azul PN -6,31%
BRAV3 Brava Energia ON -5,11%
BRAP4 Bradespar PN -5,07%
CYRE3 Cyrela ON -4,88%

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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