Destaques da Bolsa

EMBR3 salta com isenção das tarifas de Trump e BBAS3 despenca; os destaques do Ibovespa na semana

02 ago 2025, 9:48 - atualizado em 02 ago 2025, 10:41
Day Trade, Investimentos, Mercados, Empresas
O Ibovespa recuou pressionado por bancos, reações aos balanços corporativos e escalada da aversão a risco em Wall Street (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em semana marcada por decisões de política monetária e desdobramentos do tarifaço’ de Trump, os investidores operaram mais avessos a risco e o Ibovespa (IBOV) acumulou mais uma perda semanal.

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O principal índice da bolsa brasileira acumulou queda de 0,81% nos últimos cinco pregões e encerrou a sessão da sexta-feira (1º) no nível dos 132 mil pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL)terminou a semana em R$ 5,5456 e teve desvalorização de 0,29% ante o real.

Por aqui, as tensões comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos ganharam um ‘alívio’ na última quarta-feira (30). A Casa Branca confirmou a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, mas adiou a data de vigência para 6 de agosto e incluiu quase 700 itens em uma lista de isenção.

Entre os itens isentos estão: celulose, metais de silício, ferro-gusa, aeronaves civis e suas peças e componentes, alumina de grau metalúrgico, minério de estanho, madeira, metais preciosos, energia e produtos energéticos e fertilizantes, além de produtos agrícolas como castanha-do-pará, suco e polpa de laranja.

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O governo ainda prepara um plano de contingência para as empresas afetadas pelo ‘tarifaço’. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que está aberto a firmar parcerias com governadores de Estados para mitigar os impactos do ‘tarifaço’, em entrevista a repórteres.

O chefe da pasta econômica ainda disse que as medidas de contingência não ficarão de fora da meta fiscal, contradizendo as declarações do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, ao longo da semana.

Ainda na quarta-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15,00% ao ano, no maior nível da taxa básica de juros desde meados de 2006. 

A decisão do colegiado foi unânime e em linha com o esperado por parte do mercado. Dessa vez, o colegiado do BC acrescentou que o cenário atual exige cautela na condução da política monetária, em meio à elevada incerteza, e sinalizou que deve manter a Selic no atual patamar na próxima reunião, em setembro.

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No exterior, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% pela quinta vez consecutiva, apesar das pressões de Trump para uma redução. A decisão, porém, não foi unânime: os membros do Fomc, Michelle Bowman e Christopher Waller voltaram a favor de um corte de 0,25 ponto percentual.

Os destaques da semana foram o relatório oficial de empregos e a escalada da tensão entre o presidente Donald Trump e o Fed.

O payroll apontou a criação de 73 mil vagas de emprego no mês passado, abaixo da expectativa de 100 mil postos. A taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2%. O Departamento do Trabalho norte-americano também revisou o dado de junho de 147 mil para 14 mil vagas no mês e de maio, de 125 mil para 19 mil.

Após o relatório de emprego, a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed em setembro saltou para próximo a 90%, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

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Além disso, a diretora do Fed Adriana Kugler renunciou ao cargo na última sexta-feira (1º), com efeito a partir de 8 de agosto. Ela ocupava a posição desde 13 de setembro e enviou a carta de demissão ao Trump. Segundo o comunicado, Kugler retornará ao meio acadêmico na Universidade de Georgetown.

As tarifas ‘recíprocas’ também entraram em vigor no último dia útil da semana para  69 países parceiros comerciais com alíquotas que variam entre 10% e 41%.

Sobe e desce do Ibovespa

As ações da Embraer (EMBR3) ‘brilharam’ na liderança dos ganhos da semana, em reação positiva à isenção da tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos. A fabricante de aeronaves continuou sujeita a uma tarifa de 10% a partir da última sexta-feira (1º).

Em análise, o Santander destacou que o decreto de Trump, que suspendeu a tarifa para quase 700 produtos, menciona o Acordo sobre Comércio de Aeronaves Civis da Organização Mundial do Comércio e que isso “leva a uma dúvida razoável sobre a permanência das tarifas recíprocas de 10% para aeronaves civis”.

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“Embora a empresa esteja exposta a uma tarifa de 10% sobre as exportações para os EUA, acreditamos que ela ainda está bem posicionada para continuar se beneficiando de sua ‘temporada de colheita’, pois continua apresentando um impulso operacional atraente”, escreveram os analistas Lucas Esteves, Lucas Barbosa e Victor Tani em relatório.

Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 28 de julho a 1º de agosto: 

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
EMBR3 Embraer ON 19,39%
POMO4 Marcopolo ON 5,71%
YDUQ3 Yduqs ON 5,00%
USIM5 Usiminas PNA 4,52%
TIMS3 Tim ON 4,23%
COGN3 Cogna ON 4,14%
WEGE3 Weg ON 3,28%
VIVT3 Telefônica Brasil ON 3,17%
DIRR3 Direcional ON 2,40%
UGPA3 Ultrapar ON 2,30%
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A ponta negativa semanal do Ibovespa foi puxada pelas ações do Banco do Brasil (BBAS3). Os papéis do banco caíram quase 7% após com tensão política entre Estados Unidos e o Brasil.

De acordo com a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, Eduardo Bolsonaro teria pedido bloqueio total de bens do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes,  já enquadrado na Lei Magnitisky.

Ainda segundo o jornal, o governo Trump estaria examinando a possibilidade de aplicar sanções diretamente a instituições financeiras brasileiras.

Veja as maiores quedas na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
BBAS3 Banco do Brasil ON -9,34%
CSNA3 CSN ON -8,96%
ABEV3 Ambev ON -8,76%
MRFG3 Marfrig ON -7,91%
GGBR4 Gerdau PN -6,58%
GOAU4 Metalúrgica Gerdau PN -5,77%
RAIZ4 Raízen ON -5,41%
RENT3 Localiza ON -5,00%
BRAP4 Bradespar PN -4,96%
BRKM5 Braskem PN -4,76%

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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