Economia

Crise do coronavírus pode provocar até 24,7 milhões de desempregados

26 mar 2020, 16:42 - atualizado em 26 mar 2020, 20:39
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) havia estimado uma semana atrás que as filas globais de desempregados aumentariam entre 5,3 milhões e 24,7 milhões (Imagem: REUTERS/Luisa Gonzalez)

As perdas globais de empregos devido à crise do coronavírus podem exceder, em muito, os 25 milhões projetados há apenas alguns dias, disseram autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira, com as solicitações de auxílio-desemprego nos Estados Unidos saltando a níveis recordes, mostrando claramente a escala do desastre econômico.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência da ONU, havia estimado uma semana atrás que, com base em diferentes cenários para o impacto da pandemia no crescimento, as filas globais de desempregados aumentariam entre 5,3 milhões e 24,7 milhões.

No entanto, Sangheon Lee, diretor do departamento de políticas de emprego da OIT, afirmou à Reuters em Genebra, nesta quinta, que a escala de desemprego temporário, demissões e o número de pedidos de auxílio-desemprego é muito maior do que o esperado inicialmente.

“Estamos tentando colocar nas contas o choque massivo temporário em nossa modelagem de estimativas. A magnitude da flutuação é muito maior que o esperado”, afirmou ele.

“A projeção será muito maior, muito superior aos 25 milhões que estimávamos.”

Em comparação, a crise financeira global de 2008/9 elevou o desemprego global em 22 milhões.

Nos Estados Unidos, onde, como em muitas partes do mundo, as medidas para conter a pandemia interromperam repentinamente setores da economia, o número de norte-americanos que solicitam auxílio-desemprego disparou para mais de 3 milhões na semana passada.

Reino Unido Londres Turismo Mercados
No Reino Unido, o governo informou que 477 mil pessoas haviam solicitado nos últimos nove dias o Universal Credit (Imagem: Unsplash/@aliyaqubb)

Paralisação indiana

Países ao redor de todo o mundo estão sentindo a intensa dor humana e econômica causada pelo coronavírus, que já o vírus infectou mais de 489 mil pessoas, matou mais de 22 mil e é esperado que provoque uma recessão global.

Na Índia, onde o primeiro-ministro, Narendra Modi, anunciou um lockdown (paralisação) nacional de 21 dias nesta semana para conter a propagação da doença, grupos industriais alertaram que as perdas de empregos podem chegar a dezenas de milhões.

Na Europa, a França está adotando medidas para convencer empresas a não demitir seus funcionários, inclusive por meio de um esquema que permite às companhias que reduzam as horas de trabalho sem que o funcionário sofra uma enorme perda salarial.

“Crise de desemprego”

No Reino Unido, o governo informou que 477 mil pessoas haviam solicitado nos últimos nove dias o Universal Credit, um pagamento para ajudar no custo de vida dos desempregados ou daqueles com baixa renda.

O Resolution Foundation disse que houve um aumento de mais de 500% em relação ao mesmo período de 2019.

Enquanto isso, a taxa de desemprego na Irlanda pode disparar para cerca de 18% no verão (no Hemisfério Norte), ante 4,8% no mês passado, disse o Instituto de Pesquisa Econômica e Social nesta quinta, projetando uma recessão, com queda de 7,1% na produção econômica em 2020.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.