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Dia do Estudante: 40,4% dos estagiários brasileiros são das classes D e E

11 ago 2022, 15:24 - atualizado em 11 ago 2022, 15:24
Estagiário
A maioria dos estagiários brasileiros tem entre 20 e 24 anos (Imagem: Mimi Thian/Unsplash)

Nesta quinta-feira (11) é celebrado o Dia do Estudante e no próximo dia 18 o do estagiário. As datas se encontram não só por serem celebradas no mesmo mês, mas também porque todo estagiário é um estudante.

O levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, encomendado à Tendências Consultoria, aponta para um crescimento do contingente de estagiários em 2022 que supera os 13%.

A estimativa inédita mostra que, levando em conta a renda por domicílio, 40% dos estagiários estão concentrados nas classes D e E, algo que –  segundo a Superintendente Nacional de Operações e Atendimento do CIEE, Mônica Batista Vargas – sempre foi uma tendência. Foram consideradas as classes A, B, C, D e E.

“Em 2021 esse número aumentou. Independente da tendência e do percentual ter aumentado, é natural que os estagiários pertencentes a essas famílias busquem sim oportunidades de estágio não só como fonte de inserção no mundo do trabalho, para buscar conhecimento e bagagem prática, mas também para colaborar na renda familiar”, ressalta ela.

Renda familiar dos estagiários

Com base nos dados do IBGE e Ministérios, a pesquisa do CIEE identificou as faixas de renda a preços de fevereiro de 2022, deflacionadas pelo IPCA (IBGE).

Dos 707.903 estagiários no Brasil em 2021 apenas 4% são da classe A, isto é, tem uma renda mensal domiciliar superior a R$ 22,5 mil.

A maior concentração, 40,4%, estão nas classes D/E, com renda mensal domiciliar até R$ 3 mil, seguido pela classe C (37,7%), com renda mensal domiciliar entre R$ 3 mil e R$ 7,2 mil, e classe B (17,9%), grupo que detém uma renda mensal domiciliar entre R$ 7,2 mil e R$ 22,5 mil.

Presença por gênero, raça e faixa etária

Em relação a gênero, o preponderante no programa de estágio é o gênero feminino, isso também inclusive nas série histórica, como pontua a executiva do CIEE.

Já, em relação a raça, é observado a preponderância da raça branca e na sequência parda, posteriormente a isso a preta, “mesmo na série histórica a gente percebe a mesma preponderância”.

No quesito faixa etária, ela está concentrada nos 20 a 24 anos, seguido dos 16 aos 19 anos. A Superintendente lembra que o estudante pode acessar um programa de estágio a partir dos 16 anos.

“O que a gente observa é que naturalmente o estudante de 20 a 24 anos está, no geral, no ensino superior e é também uma característica, a preponderância do estágio no ensino superior, e aí naturalmente isso acaba tendo um impacto”.

Mônica destaca também, que todos esses dados mostram que ainda é importante trabalhar a questão da diversidade dentro dos programas de estágio, “as empresas investem muito nessa questão e se fala bastante. Quando a gente olha para recrutamento e seleção de pessoas dentro das organizações, o estágio pode ser uma boa ferramenta, mas precisa ter mais aprimoramento do ponto de vista do pilar diversidade”.

A bolsa-auxílio

A especialista explica que a bolsa-auxílio, prevista em lei para os estágios não obrigatórios, não é o objetivo principal do programa, pois ele tem como premissa básica, para o estudante, a obtenção de conhecimento prático, executando aquilo que ele vê na instituição de ensino.

“A bolsa-auxílio acaba sendo uma consequência importante, mas não é o principal fio condutor do programa, o principal de fato é fomentar a empregabilidade do ponto de vista de conhecimento”.

Porém, não existe uma referência de valor mínimo previsto em lei. Assim, as companhias usam como norte o valor de mercado, o quanto que as empresas no geral pagam para o estagiário e, por isso, muitas vezes esse valor não acompanha as questões inflacionárias e de reajuste diretamente ligadas à economia.

Característica do trabalho

Outro ponto levantado pela pesquisa foi a característica do trabalho, no que tange a atividade e o negócio das empresas, entendendo como estão distribuídos esses estagiários por atividade.

As áreas que mais absorvem estudantes em seu dia a dia são as de empresas ligadas à área jurídica, contábeis e auditoria, seguido por atividades escolares e depois administração pública.

“Essas áreas estão, naturalmente, relacionadas aos cursos que acabam tendo maior contratação, mas independente de ranking de características de contrato, de atividades de negócios das empresas é importante reforçar que todo o estudante pode ser um estagiário e toda a organização pode absorver também um estudante como estagiário dentro do seu organograma”.

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Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
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