Cultura

Dia do Rock: Exposição gratuita sobre Chorão, do Charlie Brown Jr, estreia em SP

13 jul 2023, 15:41 - atualizado em 06 set 2023, 12:19
Chorão
Do dia do Rock: Até 28 de julho, Chorão será homenageado na “Expo #ChorãoEterno” (Imagem: Divulgação)

Neste Dia Mundial do Rock (13), você que é fã da banda Charlie Brown Jr, ou de quem, em 1992, formou este grupo ao lado de alguns colegas, pode já ter um plano na agenda.

De hoje até o dia 28 de julho, Alexandre Magno Abrão, o Chorão, será homenageado na “Expo #ChorãoEterno”, que celebrará o legado e a trajetória do artista após uma década de sua partida.

Organizado pela Non Stop Produções e pelo filho de Chorão, Alexandre Ferreira Lima Abrão, a exposição irá acontecer no segundo andar da Galeria do Rock, em São Paulo, na loja de número 335, abrindo ao público às 9h.

Dia do Rock: início do Cbjr

Tudo começou em 1991, quando Alexandre tinha apenas 21 anos e estava em um bar, em Santos, assistindo ao show de uma banda. Em um momento, o vocalista do grupo em questão deixou o palco para fazer o seu intervalo, e foi aí que Chorão assumiu o microfone.

“Aí, agora sou eu. Toca uma aí para mim”, relembrou Chorão em entrevista à TV Cultura, onde recordou que pegou o microfone e começou a cantar a música “War Inside My Head”, da banda Suicidal Tendencies, no improviso.

Uma das pessoas que estava na plateia gostou do estilo de Alexandre, e o convidou para participar da banda “Whats Up”. Foi neste grupo que Chorão conheceu o baixista Luiz Carlos, o Champignon, que só tinha 12 anos na época.

O Chorão se inspirava na musicalidade da banda norte-americana, o Pantera. Além das composições também serem em inglês. Conforme diz a viúva de Chorão, Graziela Gonçalves, na obra “Se não eu, quem vai fazer você feliz?”, o músico admirava a potência vocal de Phil Anselmo, que foi um dos principais vocalistas da banda de heavy-metal.

Não demorou muito tempo para que, em 1992, Alexandre deixasse o grupo e criasse, ao lado de Champignon e do guitarrista Marcão Britto, o Charlie Brown – na época, ainda sem o “Jr”. Posteriormente, Thiago Castanho e Renato Pelado também entraram na banda, estabelecendo assim a formação inicial.

A ideia para o nome Charlie Brown surgiu quando, um dia, Alexandre estava dirigindo e perdeu o controle do carro, atropelando uma barraca de água de coco, que ficava em uma calçada de praia e tinha a figura do personagem da série Peanuts.

Foi para evitar problemas com a marca registrada que, aí, sim, Chorão incluiu o “Jr” ao nome, além de também sentir como se fosse o filho de uma geração marcante para o rock brasileiro, com bandas como Planet Hemp e Raimundos.

Quem foi o Chorão?

Ao contrário do que alguns podem imaginar, o Chorão não nasceu em Santos, mas sim no bairro do Tremembé, em São Paulo, no ano de 1970.

Até o Charlie Brown Jr se consolidar, a carreira de Alexandre permeou diversas vertentes, indo de auxiliar de câmera até vendedor de seguros.

As composições de Chorão transmitiam mensagens de insatisfação com a desigualdade social, mas também falavam sobre amor, autoconhecimento e a fé em si mesmo e em um mundo melhor. A fama de Alexandre agradava alguns, mas desagradava outros.

Apesar disso, o ícone do rock nacional não se deixava abalar pela forma como o rotulavam, pelo contrário, assumia as críticas à sua maneira e trazia, inclusive, uma lógica por trás dela.

Nesse sentido, um exemplo é o motivo pelo qual Alexandre se autointitulava como “Marginal Alado”. Chorão se sentia à margem da sociedade, sendo apontado como “rebelde” em uma época que o skate era mal-visto.

Em 2008, em entrevista ao Programa do Jô, Chorão disse que uma de suas músicas levou este nome, feita em parceria com o cantor Sabotage.

“Marginal por viver à margem, por ser visto sempre de uma certa maneira e colocado à margem. O alado porque a gente criou as nossas próprias asas e fez o nosso plano de voo. Hoje, mais do que nunca, ele (Sabotage) é alado porque não está mais aqui. Com certeza, ele está no céu”.

O marginal alado também tinha um certo desprezo no que envolvia questões de saúde mental, apesar de sempre ter amparado à esposa, Graziela Gonçalves, quando necessário, em crises de pânico ou ansiedade. O desapreço fica evidente em músicas como “Liberdade acima de tudo“, do álbum Imunidade Musical.

Gonçalves descreveu Chorão como um cara que, “por trás de toda aquela atitude e jeito ‘durão’, existia um menino frágil que sonhava em ser alguém de quem seus pais se orgulhassem, que ansiava por mostrar o seu valor e queria ser um cara bacana para o filho, que estava crescendo”.

“Ele era o tipo de pessoa que ostentava a aparência de bruto para manter as ameaças afastadas, mas no íntimo, era extremamente sensível”.

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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