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Dia Internacional do Arroz: EUA desbancam Brasil, oferta reduzida, inflação e El Niño; o que mexe com o mercado?

31 out 2023, 12:05 - atualizado em 31 out 2023, 12:05
arroz el niño
Com oferta reduzida, típica de um ano de El Niño, o arroz acumula inflação de 10,29% até setembro; confira (Imagem: Pixabay/ImageParty)

A data 31 de outubro marca o “Dia Internacional do Arroz“, um dos grãos mais consumidos no Brasil e no mundo.

O momento atual é de alta para os preços, de acordo com Evandro Oliveira, consultor na Safras & Mercado.

“No mês de novembro, há expectativa para uma maior demanda, então as indústrias vão tentar um reajuste no varejo, enquanto aguarda uma confirmação dessa demanda mais elevada”, diz.

Quanto à oferta, o cenário que se desenha é cada vez mais restrito, com alguns estados como o Rio Grande do Sul avançando no plantio. Existe ainda muita preocupação com o clima com a intensificação do El Niño.

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“O fenômeno climático se aproxima do seu pico agora em novembro, com reflexo em dezembro e janeiro e previsão de neutralidade apenas entre abril e maio. As chuvas atrapalham os trabalhos em algumas lavouras do RS, com atraso no plantio. Cenário típico de El Niño que deve interferir nos preços mais à frente”, explica.

Segundo Oliveira, podemos projetar um ingresso de oferta vindo do Paraguai entre novembro e dezembro. “Dessa forma, uma queda nos preços só deve acontecer a partir da entrada da safra do RS no mercado, entre fevereiro e março”, pontua.

Preços do arroz próximos da máxima histórica

Segundo o especialista, os preços da saca gaúcha de arroz estão em torno de R$ 105, com a máxima histórica para o balizador sendo registrada em outubro de 2020, em R$ 105,60.

Em setembro, o arroz avançou 3,2% no IPCA e acumula inflação de 10,29% de janeiro até o mês passado.

“Estamos bem próximos dessa máximas, e algumas projeções apontam para que esses preços superem esse registro de 2020 ainda nesta semana, mas há expectativa de baixa liquidez pelo feriado (Dia dos Finados), o que deve conter esse impulso”, analisa.

Já para as exportações, o Brasil deve encerrar outubro com 100 mil toneladas embarcadas, um bom número, considerando a escassez de oferta no mercado interno.

“Os Estados Unidos estão com uma colheita praticamente encerrada, uma produção maior e preços muito mais atrativos, em torno de US$ 410 por tonelada, que, convertido para saca de 50 kg, fica em torno de US$ 20,50, enquanto o preço de exportação no Porto de Rio Grande está em US$ 21,50”, discorre.

Desse modo, os Estados Unidos conseguem vender para maiores mercados deficitários, como México, Costa Rica e Venezuela, o que prejudica as exportações do Brasil.

Oliveira destaca que, por conta dos preços mais atrativos, Mato Grosso, Tocantins e Minas Gerais vão ampliar suas áreas plantadas com o grão, além de serem beneficiados pelo clima mais favorável nas regiões.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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