Economia

Diesel mais caro? Petrobras (PETR4) sofre pressão com restrição da Rússia, indica especialista

21 set 2023, 17:08 - atualizado em 21 set 2023, 17:08
Maior e principal parceiro do Brasil na venda de diesel, a Rússia fechou as vendas ao mercado externo e a decisão deve impactar para o país (Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)

Maior fornecedor atual de combustíveis ao Brasil, a Rússia anunciou, nesta quinta (21), a proibição da exportação do diesel, o que pode aumentar o valor do óleo no Brasil e fazer pressão na Petrobras (PETR3; PETR4), segundo um especialista do setor.

“O diesel subindo de preço o brasileiro vai pagar mais caro em razão do mercado internacional. E a Petrobras vai ser mais rapidamente pressionada a subir o preço internamente”, diz o diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Pedro Rodrigues.

Em agosto, a Rússia bateu o recorde na exportação de combustíveis ao país. Do início do ano até agosto, cerca de 40% do volume importado de diesel veio da Rússia. Em agosto, foi 74,5%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Com as sanções dos EUA ao país, a Rússia conseguia contribuir para o oferecimento de um preço menor no mercado internacional. “O mercado paralelo de diesel da Rússia criou uma artificialidade de preço no mercado, talvez conjuntural em razão dos embargos”, afirma Rodrigues.

Ele explica que a guerra da Ucrânia mudou o panorama de importação do diesel pelo Brasil. “Antes da guerra o Brasil não tinha importado diesel da Rússia, porque é um país distante e o frete era caro. Como o desconto ficou muito alto, mesmo com frete, seguro e outros custos, o diesel chegava mais barato”, explica.

 

Quando o preço do diesel vai aumentar?

Segundo Rodrigues, “é difícil saber quando esse preço vai chegar na bomba”. Ele explica que os postos e distribuidoras tem seu próprio estoque. E que o anúncio de restrição carece de algumas informações, como, por exemplo, a data de início do embargo às vendas internacionais.

Outra questão que pesa para bem do lado brasileiro são os contratos firmados com a Rússia. “74% de diesel importado pelo Brasil este mês são da Rússia e são contratos que possuem prazo, então não está claro se a Rússia vai simplesmente quebrar os contratos”, diz Rodrigues.

“Mas o mercado funciona com expectativa, o fato é que as consequências virão e já estão vindo”, completa.

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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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