Dólar

Dólar cai a R$ 5,46 com política monetária dos EUA e do Brasil no radar

15 out 2025, 17:10 - atualizado em 15 out 2025, 17:10
dólar câmbio
(Imagem: Pexels)

O dólar interrompeu a sequência de ganhos com a expectativa de corte nos juros dos Estados Unidos. O câmbio também reagiu aos desdobramentos da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e, no caso do real, às novas declarações de diretores do Banco Central.

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Nesta quarta-feira (15), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,4624, com queda de 0,14%.



O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava em queda de 0,36%, aos 98,686 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

A tensão comercial entre Estados Unidos e a China continuou no centro das atenções dos investidores. Nesta quarta-feira (15), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma taxa adicional de 100% sobre produtos de construção naval e afins fabricados no país asiático.

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Na véspera, os dois países começaram a cobrar taxas portuárias adicionais de transporte marítimos.

Para o diretor do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Stephen Miran, as novas tensões comerciais entre EUA e China representam novos riscos negativos para as perspectivas econômicas e dá mais urgência à necessidade do BC norte-americano de cortar os juros.

“Agora há mais riscos negativos do que há uma semana, e cabe a nós, como formuladores de política monetária, reconhecer que isso deve se refletir nas próximas decisões. Torna-se ainda mais urgente que cheguemos rapidamente a uma posição mais neutra na política monetária”, disse Miran no Fórum CNBC Invest in America.

O mercado segue com aposta majoritária em novo corte nos juros norte-americanos. Perto do fechamento, os operadores viam 97,8% de chance de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00%, na próxima decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em 29 de outubro.

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Ontem (14), a probabilidade era de 97,3%, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.

“As declarações de dirigentes do Federal Reserve com tom mais ‘dovish‘ solidificaram as apostas de um novo corte de juros nos Estados Unidos no fim de outubro, estimulando fluxos para moedas emergentes. O real se beneficiou desse movimento, ainda amparado pelo alto diferencial de juros, com a Selic mantida em 15%, o que continua favorecendo o carry trade“, afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em nota.

Juros no Brasil

Além do exterior, o mercado dividiu as atenções com novas declarações de diretores do Banco Central (BC).

Nesta quarta-feira (15), o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, afirmou que os dados disponíveis atualmente ainda não são suficientes para a autarquia dar uma indicação sobre até quando durará o “período bastante prolongado” de manutenção da Selic em 15% ao ano.

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Durante participação em evento do Goldman Sachs, em Washington, David reforçou ainda que caso o BC precise “corrigir” a Selic “para cima ou para baixo”, isso será feito.

Na mesma linha, o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, afirmou que a política monetária está sendo transmitida às taxas de mercado e que ela está funcionando.

De acordo com Picchetti, há uma desaceleração em curso na economia, mas o BC não espera uma recessão no país. Os comentários foram feitos durante seminário do JP Morgan, em Washington.

O mercado doméstico também operou na expectativa de início das negociações comerciais com os Estados Unidos e o anúncio de medidas de compensação após a derrubada pela Câmara dos Deputados da Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras e de empresas de apostas esportivas (bets) como alternativa às mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

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Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a conversa de negociação com os EUA será amanhã (16).

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda não se reuniu com o presidente Lula para apresentar alternativas orçamentárias à queda da MP. Pela manhã, o chefe da pasta econômica teve um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para tratar do Orçamento de 2026. 

Entre os dados, o BC informou que o país registrou fluxo cambial total positivo de US$ 501 milhões em outubro até o dia 10, em movimento puxado pela via comercial. No acumulado do ano até 10 de outubro, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$ 16,841 bilhões.

*Com informações de Reuters

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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