Dólar

Dólar recupera fôlego com escalada da tensão no Oriente Médio e sobe a R$ 5,49

17 jun 2025, 17:04 - atualizado em 17 jun 2025, 17:09
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O dólar ganhou força com a escalada das tensões no Oriente Médio e possível entrada dos EUA no conflito direto (Imagem: iStock.com/Aslan Alphan)

A expectativa de alívio nas tensões no Oriente Médio durou pouco e o dólar voltou a ganhar força. Os investidores passaram a operar mais cautelosos com o possível envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã. A Super Quarta, o chamado dia de decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, também ficou no radar.

Nesta terça-feira (17), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4968, com alta de 0,20%.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,79% aos 98,783 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar iniciou a sessão em queda, mas inverteu o sinal com a escalada das tensões no Oriente Médio.

No início da tarde desta terça-feira (17), os veículos de imprensa dos Estados Unidos passaram a reportar um possível envolvimento direto do país no conflito entre Israel e Irã.

A Axios noticiou que presidente norte-americano, Donald Trump, está “considerando seriamente” juntar-se à guerra contra o Irã. Segundo o portal, Trump pode lançar um ataque contra as instalações nucleares iranianas.

Na mesma linha, a CNN informou que o chefe da Casa Branca “está se desanimando” com a ideia de uma solução diplomática para acabar com o crescente conflito de Teerã com Israel.

Já a Reuters divulgou que os EUA estão enviando mais aviões de combate para o Oriente Médio e ampliando o envio de outros aviões de guerra, reforçando as forças militares do país na região.

As informações ainda não foram confirmadas pela Casa Branca, mas Trump pediu “rendição incondicional” de Teerã após afirmar que os EUA sabiam a localização do líder supremo do Irã — mesmo que não fossem matá-lo “por enquanto”.

 

Os investidores ainda operaram à espera da decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed. Os contratos futuros estão precificando uma probabilidade de 100% de o Banco Central norte-americano manter as taxas inalteradas, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

A decisão será acompanhada da atualização das projeções do Fed para os indicadores macroeconômicos, com a divulgação do gráfico de pontos (dot plot).

Dólar sobe ante real

No cenário doméstico, a forte valorização do petróleo Brent, que subiu mais de 4%, não foi suficiente para impulsionar o real ante o dólar. As tensões geopolíticas também concentraram as atenções, com reflexo na alta da curva de juros em todos os vencimento.

Por aqui, os investidores acompanharam, em segundo plano, as movimentações em Brasília. Na noite de ontem (16), a Câmara dos Deputados aprovou a urgência da proposta legislativa que prevê a derrubada do decreto do governo de elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Com a aprovação, por 346 votos a favor e 97 contrários, a matéria passa a ter tramitação mais rápida e prioridade na pauta da Câmara. Agora, o projeto pode ser apreciado diretamente em plenário sem a necessidade de passar pelo crivo das Comissões da Casa.

A proposta, porém, só deve ser analisada pelos deputados no início de julho, em cumprimento do acordo entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), líderes partidários e os ministros das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, Rui Costa.

As expectativas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) também movimentaram a sessão. Na atualização mais recente, o contrato de Opções de Copom da B3 aponta a chance de 61% de o Banco Central elevar os juros em 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 15% ao ano.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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