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Dólar tem alta a R$ 5,54 e destoa do exterior apesar de retorno do IOF e ‘tarifaço’ de Trump

17 jul 2025, 17:04 - atualizado em 17 jul 2025, 17:23
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O dólar à vista destoou do desempenho da divisa no exterior com apoio das commodities; IOF e tarifas de Trump dividiram as atenções (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar teve uma sessão instável, mas firmou alta na reta final do pregão com apoio das commodities.

Nesta quinta-feira (17), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5472, com queda de 0,26%. 



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,23%, aos 98,624 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar perdeu força ante o real na reta final da sessão, apesar da retomada da vigência do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a continuidade das movimentações em Brasília para as negociações do ‘tarifaço’ de Trump.

A moeda brasileira, por sua vez, acompanhou o desempenho positivo das commodities. Países emergentes e exportadores de matérias-primas, como o Brasil, foram impactados positivamente através do aumento dos preços, como o minério de ferro e petróleo — que avançaram quase 2% hoje.

Ontem (16), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, restabeleceu parcialmente a vigência de um decreto do governo federal que eleva as alíquotas do IOF para câmbio e previdência privada (VGBL). A única exceção foi a exclusão da cobrança sobre o chamado risco sacado — operação de crédito em que fornecedores antecipam o fluxo de caixa de suas vendas.

“A decisão contribui para a retomada da harmonização entre os poderes e representa como o diálogo é fundamental para o retorno à normalidade institucional do país”, disse o Ministério da Fazenda em nota ainda no início da noite de ontem (16).

Já o “tarifaço” de 50% sobre os produtos brasileiros anunciado pelo presidente Estados Unidos, Donald Trump, seguiu no foco de atenções dos investidores. O Brasil também é alvo de investigação comercial pelos EUA.

Hoje (17), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse ter certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversará com o presidente  Trump, se houver circunstância, argumentando que os dois líderes ainda não se encontraram por falta de oportunidade.

Em entrevista à CNN Brasil, Vieira também afirmou que as negociações sobre a tarifa de 50% devem ser feitas exclusivamente pelo governo federal. Segundo ele, o Brasil aguarda resposta do governo norte-americano sobre proposta de negociação feita em maio — um mês após a primeira rodada de tarifas anunciada por Trump. Na época, o país foi taxado em 10% assim como todos os outros parceiros comerciais em que os EUA que têm superávit.

Ainda durante a tarde desta quinta-feira (17), o presidente Lula afirmou que  “ainda não” vê uma crise do Brasil com os Estados Unidose, entrevista à CNN Internacional.

Ele ainda disse que o Brasil vai “julgar e cobrar impostos” das empresas digitais norte-americanas, durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Não aceitamos que ninguém de nenhum país de fora do Brasil se meta nos nossos problemas internos” e acrescentou que não vai ser um “gringo” que dará ordem nele.

Lula fará um pronunciamento em cadeira nacional de rádio e televisão nesta quinta-feira (17) às 20h30 (horário de Brasília) sobre as tarifas dos EUA impostas ao Brasil. O discurso terá aproximadamente 5 minutos e uma reprise está prevista para às 7h da sexta-feira (18) na Rede Nacional de Rádio.

Dólar sobe no exterior

No exterior, o dólar se fortaleceu ante as moedas globais com novos dados econômicos dos Estados Unidos, que vieram melhores do que o esperado.

As vendas no varejo aumentaram 0,6% em junho, após uma queda não revisada de 0,9% em maio, informou o Departamento de Comércio dos EUA. Os economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, subiriam 0,1%.

Já os pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 12 de julho chegaram a 221.000, uma queda de 7.000 em relação à semana anterior. Os economistas previam uma alta para 235.000 pedidos no período, de acordo com as projeções da Reuters.

No final da tarde, a presidente da unidade do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly, afirmou que é “razoável” esperar dois cortes na taxa básica de juros antes do final deste ano, especialmente com o impacto das tarifas do presidente norte-americano Donald Trump, parecendo mais contido do que o esperado inicialmente.

Os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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