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Dólar tem leve alta e fecha a R$ 5,50 à espera de Copom

18 jun 2025, 17:03 - atualizado em 18 jun 2025, 18:15
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O dólar estendeu os ganhos com decisão do Fed e expectativa pelo Copom; tramitação do IOF no Congresso seguiu no radar (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

A Super Quarta chegou e o dólar operou instável com as decisões de política monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. A escalada do conflito entre Israel e Irã continuou no radar.

Nesta quarta-feira (18), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5009, com alta de 0,07%.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,10% aos 98,920 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar ficou à mercê das decisões de política monetária e expectativas sobre a trajetória dos juros, em meio à crescente incerteza sobre as tensões geopolíticas e impactos da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nesta quarta-feira (18), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) manteve os juros inalterados pela quarta sessão consecutiva na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, como o esperado. 

“A incerteza quanto às perspectivas econômicas diminuiu, mas permanece elevada. O Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu duplo mandato”, afirmou o Fed em um comunicado. A saber: o duplo mandato do Fed refere-se a manter a inflação baixa e buscar o pleno emprego. 

A decisão foi acompanhada pela atualização do gráfico de pontos (dot plot). O Fed também manteve a projeção de corte de dois cortes, de 25 pontos-base cada, nos juros até dezembro deste ano.

Com isso, o mercado consolidou a aposta de início das reduções nas taxas a partir de setembro, segundo a ferramenta de monitoramento Fed Watch, do CME Group.

“Apesar da manutenção dos juros pelo Fed já ser amplamente esperada, o comunicado surpreendeu ao reconhecer uma redução nas incertezas. As projeções indicam uma trajetória ambígua: embora mantenham a expectativa de dois cortes em 2025, apontam piora nos dados de inflação, desemprego e crescimento econômico”,  afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o BC norte-americano está começando a ver alguns efeitos das tarifas de Trump sobre a inflação.

Ele ainda reiterou que não há pressa para cortar os juros. “Continuaremos a determinar a postura apropriada da política monetária com base nos dados recebidos, na evolução das perspectivas e no equilíbrio de riscos”, disse o chefe do BC dos EUA.

No mesmo horário das falas de Powell, o presidente Trump disse que o Irã entrou em contato com a Casa Branca para negociar o conflito com Israel. “Eles querem negociar”, disse o Trump a repórteres. “Eles até sugeriram que fossem à Casa Branca. Isso é corajoso. Não é fácil para eles fazerem isso.”

Dólar sobe ante real

No cenário doméstico, os investidores operaram à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Na atualização mais recente, com data de referência de ontem (17), o contrato de Opções de Copom da B3 aponta a chance de 64,75% de o Banco Central elevar os juros em 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 15% ao ano.

O mercado também precificava 0,75% de chance de alta de 0,50 ponto percentual. A probabilidade de manutenção da Selic a 14,75% era de 34%.

Os agentes financeiros também continuam a monitorar as movimentações em Brasília após a Câmara dos Deputados aprovar a urgência da proposta legislativa que prevê a derrubada do decreto do governo de elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na última segunda-feira (16).

A expectativa é de que a proposta seja analisada pelos deputados no início de julho, em cumprimento do acordo entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), líderes partidários e os ministros Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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