Dólar sobe a R$ 5,43 com geopolítica em foco

O dólar começou a semana em valorização ante moedas globais e emergentes com as movimentações geopolíticas em foco.
Nesta segunda-feira (18), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4344, com alta de 0,67%.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,26%, aos 98.111 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
As questões geopolíticas ditaram o movimento do câmbio nesta segunda-feira (18).
Nesta segunda-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Washington. Líderes europeus, incluindo de Alemanha, França e Reino Unido, também participaram do encontro.
Trump afirmou que que é possível chegar a um acordo de paz para a guerra na Ucrânia. “Em uma ou duas semanas descobriremos se solucionamos a guerra na Ucrânia”, disse o chefe da Casa Branca a repórteres.
As reuniões aconteceram logo após a cúpula entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na última sexta-feira (15).
No cenário doméstico, os investidores também reagiram a dados econômicos e declarações de integrantes do governo e do Banco Central.
Entre os dados, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,1% em junho na comparação com o mês anterior, mas terminou o segundo trimestre com leve crescimento de 0,3%, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo Banco Central.
A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado de junho era de ganho de 0,05%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 1,4%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 3,9%, de acordo com números não dessazonalizados.
Na avaliação do UBS BB, o IBC-Br já opera abaixo do potencial de crescimento. Isso, segundo o banco, está atrelado aos recuos de agropecuária (-2,3%) e da indústria (-0,1%), enquanto os serviços ainda apresentam um crescimento “modesto” de 0,1%.
Em evento promovido pela Warren Investimentos, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse que a autarquia optou por “continuar a interrupção” do ciclo de aperto monetário porque ainda está avaliando se o patamar de 15% da Selic é apropriado para levar a inflação à meta.
“Na última reunião, a gente quis continuar a interrupção (do ciclo de aperto monetário). Ou seja, a gente ainda está avaliando se essa é a taxa de juros apropriada para levar a inflação para a meta”, disse. “Uma vez determinada essa taxa de juros, ela vai ficar parada por um período bastante prolongado.”
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a negociação tarifária entre Brasil e Estados Unidos não ocorre porque o país norte-americano quer impor aos brasileiros uma solução “constitucionalmente impossível”, em evento promovido pela Times Brasil CNBC e o Financial Times nesta segunda-feira (18).
Ao mesmo tempo, o chefe da pasta econômica disse “não acreditar” que o impasse com os EUA durará um ou dois anos, quando foi questionado se a economia brasileira resistiria a esse período de tarifas elevadas.
“Eu não acredito que isso vai acontecer, em primeiro lugar. Em segundo lugar, hoje o comércio com os Estados Unidos representa metade do que representava no começo do século”, afirmou. “E pelo andar dos acontecimentos, eu acredito, infelizmente, que o comércio bilateral vai cair ainda mais.”
*Com informações de Reuters