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Dólar cai após ‘susto’ com IOF e tarifas de Trump e fecha a R$ 5,64

23 maio 2025, 17:04 - atualizado em 23 maio 2025, 17:10
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O dólar encerrou a sessão e a semana em queda, pressionado pelo anúncio de tarifas dos EUA contra a União Europeia (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

O dólar encerrou a semana em duplo tom negativo depois de uma “montanha-russa” ao longo da sessão. Pela manhã, a moeda ganhou força ante o real com a reação do mercado às mudanças do Imposto sobre Operações Financeira (IOF), mas inverteu o sinal na reta final do dia com a movimentação externa.

Nesta sexta-feira (23), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6470, com queda de 0,25% ante o real.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,86%, aos 99,100 pontos.

Na semana, o dólar recuou 0,40% ante a moeda brasileira. 

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O que mexeu com o dólar hoje?

O mercado de câmbio operou volátil com o acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e União Europeia e mudanças na tributação de operações financeiras no Brasil.

No cenário doméstico, os investidores operaram com mais aversão a risco após o Ministério da Fazenda confirmar o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para crédito de empresas, previdência privada (VGBL, mais especificamente) e câmbio no noite de ontem (22).

A mudança ofuscou o corte de R$ 31, 3 bilhões em gastos púbicos no Orçamento de 2025, anunciado no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias. 

Na tentativa de reduzir a tensão dos agentes financeiros, a pasta recuou sobre o aumento do imposto sobre aplicações de fundos brasileiros no exterior e remessas internacionais para investimentos. Na manhã desta sexta-feira (23), o ministro Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica revogou parte das mudanças anunciadas sobre o IOF para “evitar especulações”.

Durante a tarde, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se posicionou contra as mudanças do IOF.

“Em debates anteriores, em qualquer momento se discutia o IOF como alternativa para persecução da meta, eu, pessoalmente, para usar um eufemismo, nunca tive muita simpatia sobre a ideia, não gostava da ideia”, disse Galípolo em evento da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre).

O chefe do BC, porém, afirmou que o governo deve ser louvado por ter suprimido com agilidade parte da medida que estabelecia um aumento do imposto sobre aplicações de fundos brasileiros no exterior e remessas internacionais para investimentos.

“Cabe a todos nós reconhecer a tempestividade e a agilidade com que o ministério da Fazenda atuou”, afirmou. “Todo mundo precisa louvar e reconhecer o ministro (da Fazenda, Fernando Haddad), como bom democrata que é, em poucas horas após o anúncio da medida, ela já estava suprimida. Antes mesmo de o mercado abrir ele já tinha ouvido a sociedade, ouvido os agentes.”

Sobre a política monetária, Galípolo disse que o BC manterá cautela na condução dos juros em um ambiente de incerteza. “O que a cautela quer dizer é que, dado o estágio que nós estamos na política monetária e dada a incerteza, o Banco Central não deveria fazer o movimentos bruscos”, afirmou. Hoje, a taxa básica de juros, a Selic, está em 14,75% ao ano.

Dólar enfraquecido no exterior

Já nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre a importações dos produtos da União Europeia no país nesta sexta-feira (23). Segundo o chefe da Casa Branca, a tarifa entra em vigor em 1º de junho.

Vale lembrar o cenário fiscal norte-americano continuou sendo um motivo de preocupação dos investidores. Ontem (22), a Câmara dos Representantes aprovou o projeto de lei que projeto de lei que prevê corte de impostos e aumento de gastos em algumas áreas consideradas estratégicas pelo governo. A proposta acrescentará cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal na próxima década, de acordo com o independente Escritório de Orçamento do Congresso.

A matéria segue agora para apreciação do Senado norte-americano e a expectativa é de que a votação aconteça até junho. O rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s na última sexta-feira (16), acionou um alerta sobre a trajetória do endividamento norte-americano.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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