Dólar tem leve alta a R$ 5,39 com inflação nos EUA e no Brasil abaixo do esperado
As tensões geopolíticas voltaram a disputar as atenções dos investidores. Mesmo assim, o dólar reagiu a novos dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil.
Nesta sexta-feira (24), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3926, com alta de 0,12%. Na semana, a divisa acumula queda de 0,24%.
O movimento destoou da tendência externa. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com leve queda de 0,04%, aos 98,892 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
As questões geopolíticas continuaram a concentrar as atenções dos investidores — e a movimentar o câmbio nesta sexta-feira (24).
Os investidores operaram à espera do encontro bilateral entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. A reunião está prevista para a próxima quinta-feira (30), em Bruxelas.
O mercado também reagiu a dados de inflação nos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (EUA) subiu 0,3% em setembro e passou a acumular alta de 3% em 12 meses.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,2% no mês passado e foi a 3% em um ano.
O mercado esperava alta mensal de 0,4% e anual de 3,1% do índice, segundo a mediana das projeções coletadas pela Broadcast. Já para o núcleo eram projetados aumentos de 0,3% e 3,1%, respectivamente.
Embora o CPI não seja o indicador de referência de inflação norte-americana para o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), os investidores utilizam o dado para calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros.
Após os dados, abaixo do esperado, o mercado manteve as apostas majoritárias de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed). A reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro — acontece na próxima semana.
De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os agentes financeiros veem 96,7% de chance de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na próxima quarta-feira (29), para a faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Ontem (23), a probabilidade era de 98,3%.
A paralisação (shutdown) do governo dos Estados Unidos já é a segunda mais longa da história, com 24 dias, segue ainda sem perspectiva de acordo entre os democratas e os republicanos.
No Brasil, os dados também movimentaram a sessão. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, subiu 0,18% em outubro, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24). No mês passado, o IPCA-15 avançou 0,48%.
A projeção era de que o IPCA-15 avançaria 0,24% neste mês, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast.