Dólar avança a R$ 5,3521 com Galípolo e ajuste técnico
O dólar interrompeu a sequência de três altas consecutivas e ganhou força ante o real, em dia de feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos e liquidez limitada.
Nesta quinta-feira (27), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3521, com alta de 0,33%.
- LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-se
O que mexeu com o dólar hoje?
Sem a referência do exterior com feriado nos Estados Unidos, o dólar ganhou força ante o real, em dia de correção técnica.
“Depois de três dias consecutivos de valorização do real, o movimento técnico de realização e ajuste ganhou força, abrindo espaço para uma alta pontual da moeda. Além disso, o aumento das rolagens de contratos futuros na véspera da última Ptax de novembro adicionou volatilidade ao mercado, reforçando o viés comprador e contribuindo para a pressão de apreciação do dólar ao longo da manhã”, afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Dados econômicos e novas declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também movimentaram o câmbio.
O Brasil abriu 85.147 vagas formais de trabalho em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O saldo de outubro foi o pior já registrado para o mês na série histórica do Novo Caged, que contabiliza dados desde 2020. No mesmo mês em 2024, foram criados 131.424 postos de trabalho.
No acumulado do ano até outubro, foi registrada abertura de 1.800.650 vagas, total inferior ao de 2024, que teve saldo positivo de 2.126.843 no mesmo período, e o terceiro pior resultado da série histórica.
Na avaliação de Sara Paixão, analista de macroeconomia da InvestSmart XP, o dado confirmou a tendência esperada de desaceleração no mercado de trabalho, “que vem de meses muito positivos ao longo dos últimos dois anos, principalmente no universo de empregos formais”.
“Vale ressaltar que, apesar do dado de hoje mais fraco do que o esperado, o mercado de trabalho continua aquecido, com taxa de desemprego nas mínimas históricas e um crescimento expressivo na renda real da população. Por isso, o dado não muda a expectativa de que o Banco Central deve manter a taxa Selic inalterada em dezembro, com possibilidade de corte a partir de 2026”, acrescentou a analista.
Em evento em São Paulo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou que o BC vai colocar os juros no nível necessário pelo tempo necessário para que a inflação convirja para a meta, classificando a Selic de 15% ao ano como um patamar restritivo adequado.
Ele também afirmou que o cenário está andando na direção que o BC gostaria, mas não tão rápido quanto o desejado. “Os dados novos continuam apontando nessa direção que a gente comentou de que a política monetária está sim funcionando, mas funcionando de uma maneira bastante lenta, em uma economia que vem apresentando uma resiliência para o nível de restrição que a gente colocou na política monetária”, disse Galípolo.