Dólar cai a R$ 5,64 com surpresa positiva da prévia de inflação oficial de maio

O dólar perdeu força ante a moeda brasileira com leilão do Banco Central, desaceleração da prévia de inflação brasileira e trégua tarifária dos Estados Unidos.
Nesta terça-feira (27), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6457, com queda de 0,53% ante o real.
O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,48%, aos 99,594 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O mercado de câmbio operou em reação a novos dados econômicos no Brasil e no exterior, enquanto as preocupações com o cenário fiscal brasileiro e norte-americano seguiram no radar.
No cenário doméstico, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, subiu 0,36% em maio e desacelerou em relação à alta de 0,43% em abril. Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,40%.
Os números vieram abaixo do esperado. A projeção era de que o índice aceleraria para 0,44% este mês e fecharia em 5,49% o acumulado de 12 meses, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Money Times.
Outro motivo também fortaleceu o real ante o dólar, mesmo com a fraqueza das commodities: o Banco Central vendeu US$ 500 milhões em leilão de linha para rolagem de vencimentos de 2 de julho. O leilão, com compromisso de recompra em 3 de setembro deste ano, teve como base a taxa de câmbio Ptax das 10h, a R$ 5,6508. A oferta do certame era de até US$ 1 bilhão.
As mudanças nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para crédito de empresas, previdência privada (VGBL, mais especificamente) e câmbio seguiram disputando as atenções dos agentes financeiros, mas em segundo plano. O Executivo busca novas medidas de compensação após o Ministério da Fazenda voltar atrás sobre o aumento do imposto sobre aplicações de fundos brasileiros no exterior e remessas internacionais para investimentos.
As alterações no imposto também aumentaram a percepção de que o ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic, chegou ao fim. Na avaliação da XP Investimentos, “parece razoável” afirmar que o IOF mais alto pode substituir, em um cenário base, a alta final de 0,25 ponto percentual que era esperada pela equipe para a reunião de junho. Hoje, a Selic está em 14,75% ao ano.
Dólar sobe no exterior
Já nos Estados Unidos, os mercados retomaram as negociações após o ‘Memorial Day’ e os investidores reagiram ao recuo do presidente Donald Trump sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre a importações dos produtos da União Europeia no país, no último domingo (25). Inicialmente, as taxas entrariam em vigor em vigor em 1º de junho.
Novos dados da economia norte-americana também movimentaram o pregão. Entre eles, a confiança dos consumidores teve uma forte melhora em maio, depois de se deteriorar por cinco meses consecutivos, em meio a uma trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Segundo o Conference Board, o índice de confiança do consumidor avançou 12,3 pontos para 98,0 neste mês. Os economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria para 87,0 pontos.