Dólar cai a R$5,40 com cenário eleitoral e expectativa de corte nos juros dos EUA

O dólar permaneceu “fraco” ante o real e as moedas emergentes com cenário eleitoral no Brasil e expectativa de corte nos juros dos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira (28), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4064, com queda de 0,20%.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,36%, aos 97.868 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A valorização das commodities e o cenário eleitoral deram fôlego ao real nesta quinta-feira (28).
O minério de ferro avançou quase 2% e atingiu o maior valor desde 14 de agosto na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), na China. Já o petróleo Brent fechou em alta de 0,80%, a US$ 67,98 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Em linhas gerais, países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, são positivamente através do aumento dos preços das matérias-primas.
As eleições de 2026 também começou ganhar destaque entre as mesas de operação. A pesquisa LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel/Bloomberg, mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficaria atrás do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — candidato com preferência do mercado — em um eventual segundo turno da corrida presidencial.
Os investidores também operaram na expectativa pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, que será enviado ao Congresso amanhã (29), limite do prazo legal. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse o texto contará com receitas suficientes para cumprimento da meta fiscal. Ele ainda afirmou que as despesas como programas como o Pé-de-Meia e o Auxílio Gás estarão incorporados no PLOA.
A meta de resultado primário do governo central para 2026 é de superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), com tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos.
Dólar também cai ante moedas fortes
No exterior, os dados dos Estados Unidos mantiveram a expectativa de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) já na próxima reunião de política monetária, em setembro.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país subiu a uma taxa anual de 3,3% no segundo trimestre de 2025 (2T25), em segunda leitura. O dado ficou acima das expectativas do mercado, de crescimento de 3% na base anual.
Com o dado, as apostas de corte nos juros pelo Fed continuaram acima de 80%. Perto do fechamento, o mercado precificava 87,2% de chance de o BC dos EUA reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual em setembro. Ontem (27), a probabilidade era de 88,7%, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Os juros estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
O embate entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e diretora do Fed, Lisa Cook, continuou no centro das atenções.
Cook entrou com uma ação judicial nesta quinta-feira (28), alegando que Trump não tem poder para destituí-la do cargo.
Ela também apresentou uma moção buscando uma ordem de restrição temporária declarando que o esforço de Trump para demiti-la é ilegal e para impedir que o Fed tome medidas para removê-la enquanto se aguarda um litígio adicional.
Uma audiência está marcada para sexta-feira (29), às 10h (horário local).