Dólar cai a R$ 5,50 e acompanha exterior de olho em corte de juros nos EUA

O dólar iniciou a semana em queda, estendendo a fraqueza da moeda, com os investidores acompanhando os impactos da política tarifária dos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (4), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5063, com queda de 0,71%.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,36%, aos 98,778 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar manteve o ritmo de enfraquecimento sobre as moedas fortes com as atenções ainda concentradas nas tarifas ‘recíprocas’ impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que entraram em vigor na última sexta-feira (1º). As expectativas de início de ciclo de cortes nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve (Fed) já em setembro também pressionaram a divisa.
Nesta segunda-feira (4), Trump afirmou que aumentará “substancialmente” as alíquotas sobre a Índia. O motivo por trás da elevação é a continuação das compras de petróleo russo — que, segundo o presidente, estão financiando a guerra da Rússia contra a Ucrânia. O chefe da Casa Branca já ameaçou sanções ao país liderado por Vladimir Putin caso não haja um cessar-fogo nos próximos dias.
A Casa Branca já impôs uma taxa de 25% sobre os produtos indianos.
No caso do Brasil, a tarifa de 50% entrará em vigor na próxima quarta-feira (6). Hoje (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que deverá conversar com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ainda nesta semana.
“Eu creio que essa semana nós vamos poder conversar, a Fazenda anseia por esse encontro há algumas semanas. O anúncio da semana passada trouxe bastante tranquilidade para uma série de setores, mas há outros setores que estão aflitos com a manutenção de uma tarifa exorbitante de 50%”, disse Haddad.
No cenário doméstico, os investidores também repercutiram novos dados do mercado de trabalho.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil criou 166.621 vagas formais de trabalho em junho, abaixo do esperado pelos economistas e uma desaceleração frente ao mesmo período do ano anterior.
Já o Boletim Focus mostrou a redução das projeções para inflação pela 10ª semana consecutiva. Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) cortaram a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,09% para 5,07% em 2025 e de 4,44% para 4,43% em 2026.