Dólar

Dólar a R$ 4 volta a ser possível, aponta banco

03 maio 2018, 6:35 - atualizado em 02 maio 2018, 23:58

O risco de o dólar voltar ao patamar de R$ 4, visto pela última vez em fevereiro de 2016, cresceu substancialmente, avalia o ING em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (2). Em 2018, a valorização já chega a aproximadamente 7% e oscila perto da casa dos R$ 3,55. O banco alterou recentemente a sua estimativa para a taxa para R$ 3,70 na média durante o terceiro trimestre para incorporar os riscos eleitorais.

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“Os atuais níveis já incorporam um ambiente político menos favorável à moeda e, ajudados por um superávit comercial externo recorde, parecem suficientemente atraentes para os exportadores de commodities, que aumentaram suas vendas em dólar ultimamente”, aponta o relatório.  Além disso, o ING também espera que as intervenções do Banco Central facilitem o caminho mais tranquilo para as altas nos próximos meses.

Munição

Depois de o dólar aproximar-se de R$ 3,55 e fechar no maior nível em quase dois anos, o Banco Central (BC) disse na quarta-feira que renovará os contratos de venda de dólares no mercado futuro. A autoridade iniciará hoje a rolagem de 113 mil contratos de swap cambial que venceriam em junho “com o objetivo de suavizar movimentos no mercado de câmbio”. Atualmente, o Banco Central tem US$ 23,8 bilhões em contratos de swap cambial.

R$ 4 é logo ali

Na avaliação do banco, isso sugere que o BC teria ainda aproximadamente US$ 90 bilhões para esta tarefa antes que o mercado possa começar a questionar seriamente a integridade das reservas de US$ 380 bilhões. “Mas, apesar desses amortecedores (ou seja, entradas de comércio e ampla margem para intervir no mercado à vista e de derivativos), o risco de cenários de estresse em que o real teste recordes históricos próximos a R$ 4 aumentou significativamente”, aponta o banco.

O ING explica que este seria um cenário em que algum candidato mais hostil ao mercado passe a liderar as pesquisas nos próximos meses, um panorama que pode ganhar tração caso a esquerda se una em um só candidato.

“O desconforto do mercado também deve aumentar se os candidatos vistos como capazes de formar uma maioria no Congresso, em aliança com os grandes partidos centro/centro-direita que provavelmente manterão o controle da Câmara (representados pelos partidos MDB-PSDB-DEM), permaneçam não-competitivos”, destaca a avaliação.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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