Mercados

Dólar cai por exterior, mas sem tirar atenção de Brasília

12 abr 2021, 9:22 - atualizado em 12 abr 2021, 10:05
Dólar, Câmbio, Dinheiro
O dólar à vista caía 0,67%, a 5,6370 reais na venda, às 9h44 (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O dólar tinha queda ante o real na manhã desta segunda-feira, com o mercado local capturando a fraqueza da moeda no exterior, no começo de uma semana agitada nas praças internacionais e de expectativas para o noticiário doméstico em âmbito político.

O dólar à vista caía 0,67%, a 5,6370 reais na venda, às 9h44.

No exterior, o índice do dólar acelerava para 0,2% a baixa frente a uma cesta de divisas de países ricos e caía em relação à maioria das moedas emergentes.

A agenda externa é rica nesta semana de potenciais catalisadores para os mercados de câmbio, com destaque para dados de inflação nos Estados Unidos (na terça); discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell (na quarta); e início da temporada de balanços corporativos trimestrais.

“Tudo na conta, parece que o mercado de câmbio está em transição. A recuperação do dólar (no exterior) está perdendo força, mas ainda é muito cedo para esperar que as demais divisas tomem uma direção”, disseram estrategistas do Société Générale em nota.

A dinâmica do dólar lá fora tende a impactar diretamente as cotações por aqui, e um eventual fortalecimento do índice do dólar deve pressionar um real já enfraquecido devido à escalada do risco político-fiscal nas últimas semanas com o atrito provocado pelo Orçamento malvisto pelo mercado e, agora, com a CPI da Covid no Senado.

A avaliação é que esses eventos distraem ainda mais o foco da equipe econômica, do governo e do Congresso da agenda de reformas, cujo cronograma é tido como apertado à medida que no segundo semestre o tema das conversas em Brasília deve se voltar para a eleição de 2022.

Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, a determinação de instalação da CPI da Covid-19 e as pressões do centrão em relação ao Orçamento podem se multiplicar, o que pode trazer um problema “muito grave” ao governo.

“Um problema de ter de aprovar uma peça de Orçamento que pode trazer o impeachment do presidente Bolsonaro e colocá-lo na mão do centrão mais uma vez”, disse.

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