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Dólar caro pesa, e UBS corta recomendação das brasileiras Arco e Afya, listadas em NY

20 maio 2020, 16:09 - atualizado em 20 maio 2020, 16:09
Ipemed, faculdade controlada pela Afya
Anemia monetária: Afya, que oferece somente cursos de medicina, sofre com a fraqueza do real (Imagem: Divulgação/Afya)

É dura, a vida das empresas brasileiras listadas nas bolsas dos Estados Unidos. Que o digam dois grupos de ensino universitário que abriram o capital por lá: a Arco Educação (ARCE) e a Afya (AFYA), ambas listadas na Nasdaq.

Em relatório enviado aos clientes nesta quarta-feira (20), e obtido pelo Money Times, o UBS informa que cortou a recomendação de ambas de “compra” para “neutra”.

Além disso, revisou o preço-alvo dos papéis. A Arco se deu bem: seu preço foi elevado de US$ 54 para US$ 57. Já a Afya caiu de US$ 31 para US$ 21,50.

Vinícius Ribeiro, que assina o relatório, enfatiza que a forte desvalorização do real, frente ao dólar, foi o principal fator para reavaliar as empresas.

Ponto fraco

“Mesmo que os aspectos positivos destas teses [de investimento] permaneçam inalteradas ou tenham melhorado, a exposição das companhias ao dólar se tornou seu calcanhar de Aquiles, dada a forte depreciação de 20% do real desde a eclosão [da quarentena]”, afirma o analista.

“Como essas empresas não têm hedge material para essa exposição [ao câmbio], menores taxas do real nos levam a cortar o preço-alvo baseado em dólares”, resume. Assim, o UBS passou embutiu uma taxa de câmbio de R$ 4,95 por dólar na nova precificação, ante os R$ 3,95 com que calculou os preços antigos.

Ser brasileiras também é uma desvantagem, quando se estima o custo de capital para o acionista (Ke) – o retorno exigido por um investidor, apenas para comprar os papéis. Para ambas, o Ke passou de 11,7% para 12,2%.

E, enquanto o mundo é varrido pela crise econômica na esteira do coronavírus, o UBS afirma que os fundamentos da Arco e da Afya permanecem sólidos, com riscos limitados de deterioração. Traduzindo: não há nada, no modelo de negócio das duas, que preocupe.

“Mas a depreciação do real cobra um pedágio no valuation”, diz o banco suíço. É como viver no Paraíso, usando uma moeda dos infernos…

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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