Renda Fixa

Dólar: Comprar ou vender até quarta-feira, o dia do Fed?

17 set 2022, 14:00 - atualizado em 17 set 2022, 14:25
dólar tela
Dólar tem exibido forte volatilidade e valorização na semana com investidores na expectativa pelo Fed, na semana que vem (Imagem: Pixabay/sergeitokmakov)

Até quarta-feira, você vai ouvir falar que o mercado aguarda a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). No mesmo dia, o Banco Central (BC) brasileiro também anuncia a atualização da taxa Selic.

E o que fazer com o dólar?

A expectativa por uma alta dos juros nos Estados Unidos acima do esperado e por um tom mais agressivo (o chamado “hawkish”) no discurso do Fed tem elevado a aversão ao risco. Isso levou o dólar ao nível de R$ 5,30, ontem, na maior cotação em quase dois meses.

Ao longo da semana, a moeda norte-americana exibiu forte volatilidade e valorização. O movimento reflete a tentativa dos investidores de adivinhar quais serão os rumos da política monetária nos EUA.

É hora de comprar ou de vender?

A inflação norte-americana continua muito pressionada e isso se traduz em uma alta de juros maior, diz o sócio-diretor da Pronto Investimentos, Vanei Nagem.

Na terça-feira, foram divulgados os dados de inflação ao consumidor de agosto, nos Estados Unidos, com números que o mercado não esperava.

Desde então, o dólar acumula alta de mais de 3%, ilustrando bem a preocupação dos investidores com a economia norte-americana e o seu efeito em cadeia. Geralmente, global.

“Com juros para cima, o dólar deve ficar pressionado. Se nos próximos dias, você puder não ficar exposto à essa volatilidade, melhor”, diz Nagem.

Para quem recebe em dólar

O economista e fundador da Ativo Investimentos, Diego Hernandez, avalia que a cotação mais alta do dólar é uma oportunidade de ganhos para quem recebe na moeda.

“Se você recebe em dólar, pode aproveitar esse patamar e trazer esse dinheiro para o Brasil. Pode vender para aproveitar esses níveis. Até porque a tendência é cair”, diz.

Para Hernandez, o investidor estrangeiro tem visto de forma muito positiva para o Brasil. O que ajuda a justificar a forte entrada de recursos estrangeiros em agosto e que contribuiu para a queda da moeda norte-americana ao nível de R$ 5.

“Até o fim do ano, ainda deve entrar um bom fluxo no Brasil. Com isso, o dólar tende a cair. Por isso é bom aproveitar esse patamar”, comenta.

Além disso, Hernandez diz que, caso o Fed eleve juros dentro do esperado, no qual a aposta majoritária é de 0,75 ponto percentual (p.p.), poderá haver um ajuste técnico.

“Com investidores desmontando suas posições com expectativa de alta de juros em 1 p.p., o dólar vai dando uma aliviada depois de quarta-feira”, avalia.

Contas internacionais

Outro tipo de investimento que Hernandez destaca é a conta bancária internacional. Segundo ele, quem tem valor aplicado lá fora está vendo os rendimentos com a taxa de câmbio mais alta. “Deixa render”, reforça.

Por outro lado, o economista sugere que não é momento de envio de reservas para o exterior. Assim como não é hora de abrir uma conta bancária em dólar.

“Nesse caso, é melhor o investidor esperar passar a decisão do Fed e o dólar voltar aos níveis de R$ 5,10, R$ 5,15 para colocar algum recurso fora do país”, orienta.

Dólar turismo

Geralmente, essas movimentações do dólar preocupam turistas. Mesmo que a viagem seja nos próximos dias ou daqui alguns meses, geralmente, analistas sugerem que o viajante compre a moeda em remessas. Assim, ele sentirá menos o peso das oscilações do câmbio avaliando o preço médio da cotação.

Porém, Nagem ressalta que, quem precisar comprar moeda nos próximos para viajar, sairá um pouco mais prejudicado pela valorização nesta semana.

Hernandez reforça que, na comparação com as últimas semanas, dólar a R$ 5,30 é caro. No entanto, seria o caso de o viajante esperar mais alguns dias para comprar remessas, principalmente, após a decisão do Fed.

“Podendo esperar uma nova queda da moeda e de outras como o euro e a libra esterlina, é melhor. Esses R$ 5,30 é uma euforia de mercado por conta da elevação de juros nos Estados Unidos. Nas últimas semanas, estava bem acomodado na faixa dos R$ 5,20, um preço melhor”, avalia.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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