Moedas

Dólar devolve ganhos iniciais ante real com crise da Ucrânia impulsionando commodities

02 mar 2022, 14:48 - atualizado em 02 mar 2022, 14:48
Dólar
Às 14:21 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,11%, a 5,1504 reais na venda (Imagem: unsplash/@alexandratimis)

O dólar devolveu completamente ganhos iniciais acentuados nesta quarta-feira, em pregão que começou mais tarde e terá horário reduzido na volta do Carnaval, com a disparada nos preços das commodities devido à crise da Ucrânia apoiando divisas de países exportadores.

Às 14:21 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,11%, a 5,1504 reais na venda, depois de ter chegado a subir 1,32% no pico do dia, a 5,2243 reais.

Na B3, às 14:21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a 5,1925 reais.

À medida que a Rússia não dava sinais de interromper os ataques à Ucrânia, reunindo tropas cada vez mais perto da capital Kiev, várias nações ocidentais têm anunciado nos últimos dias duras sanções contra indivíduos, empresas e órgãos estatais russos.

Nesse contexto, que elevou temores de restrições de oferta, o petróleo do tipo Brent ultrapassou os 110 dólares por barril pela primeira vez desde 2014 nesta quarta-feira, enquanto os preços de outras commodities importantes, como milho e trigo, também têm disparado nos últimos dias.

Em relatório desta quarta-feira, estrategistas do Citi afirmaram que, sob o ângulo da alta das commodities, é possível que moedas de países latino-americanos tenham desempenho superior ao de seus pares emergentes mais amplos em meio à guerra na Ucrânia, embora a “força geral do dólar” possa deixar as negociações “andando de lado” por ora.

O índice do dólar contra uma cesta de moedas avançava cerca de 0,2% nesta tarde.

Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, disse à Reuters que os receios geopolíticos tendem a incentivar uma rotação de ativos considerados arriscados –como divisas de países emergentes– para investimentos vistos como seguros, mas compartilha da visão de que “a explosão no preço de commodities torna alguns investimentos no Brasil muito atraentes para o capital estrangeiro”.

As moedas de México, Chile e Peru –países latino-americanos cujas economias, assim como a brasileira, são dependentes da exportação de commodities– rondavam a estabilidade nesta quarta-feira. A divisa da Colômbia, por sua vez, avançava 1%.

Um índice do JPMorgan para moedas de mercados emergentes mais amplos caía nesta tarde.

Além de monitorar o noticiário geopolítico, investidores também reagiam a comentários do chair do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, que indicou nesta quarta-feira que o Federal Reserve segue no caminho de elevar os juros, apesar das tensões geopolíticas.

Powell disse que está inclinado a apoiar um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião de política monetária de março, mas afirmou que o Fed está preparado para agir de forma mais agressiva posteriormente se a inflação não diminuir conforme o esperado.

Custos de empréstimo mais altos na maior economia do mundo tendem a beneficiar o dólar globalmente, embora participantes tenham apontado o patamar elevado da taxa Selic –atualmente em 10,75% ao ano– como um colchão para o real.

Em meio a juros brasileiros atraentes para estratégias que lucram com diferenciais de taxas de empréstimo, o dólar engatou em fevereiro seu quarto mês seguido de perdas frente à moeda brasileira, período em que se desvalorizou 8,61%.

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