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Dólar é pressionado ante real em meio a esperanças de vacina

14 set 2020, 10:25 - atualizado em 14 set 2020, 10:27
Dólar Moedas Câmbio
A inflação local continuava no foco dos investidores em semana de decisão de política monetária do Banco Central (Imagem: Reuters/Andrew RC Marshall)

O dólar (USDBRL) começou a segunda-feira em queda contra o real, refletindo a melhora no sentimento internacional devido a esperanças sobre o desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19, enquanto a inflação local continuava no foco dos investidores em semana de decisão de política monetária do Banco Central.

Às 10:16, o dólar recuava 0,44%, a 5,3094 reais na venda.

Na B3 (B3SA3), o dólar futuro era negociado em queda de 0,38%, a 5,3035 reais.

“Expectativa pelo Fed e boas notícias na frente do combate ao coronavírus estabelecem um tom positivo para ativos de risco nesta segunda-feira”, disse em nota o time econômico da Guide Investimentos.

As bolsas de valores europeias, os futuros de Wall Street e moedas emergentes pares do real, como peso mexicano e rand sul-africano, operavam em alta nesta manhã, refletindo a notícia de que os ensaios clínicos no Reino Unido com a vacina experimental da AstraZeneca contra a Covid-19, uma das mais avançadas em desenvolvimento, foram retomados.

Enquanto isso, a reunião desta semana do Federal Reserve será a primeira desde que o chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, revelou uma mudança na política monetária norte-americana em direção a uma maior tolerância quanto à inflação, efetivamente prometendo manter os juros baixos por mais tempo.

No Brasil, as atenções continuavam na inflação, já que uma disparada recente no preço de alimentos básicos ressaltou o impacto dos patamares elevados da moeda norte-americana em relação ao real na economia mais ampla.

“Localmente, a inflação começa a dar sinais de pressão em resposta ao câmbio continuamente instável, (devido) ao trade-off que tal desvalorização oferece aos exportadores, reduzindo a oferta local de bens”, escreveram analistas da Infinity Asset em nota, destacando “a distância considerável de nossa taxa de juros em vista aos nossos pares internacionais, além dos problemas fiscais dentro e fora da pandemia”, como fator de pressão para a taxa de câmbio brasileira.

Na quarta-feira, em sua reunião de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central provavelmente vai manter a taxa básica de juros Selic na mínima recorde de 2,0%, buscando uma abordagem intermediária diante dos riscos da inflação, mostrou uma pesquisa da Reuters.

Em 2020, o dólar ainda acumula ganho de cerca de 32% contra o real.

O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão, na sexta-feira, em alta de 0,25%, a 5,3331 reais na venda.

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