Mercados

Dólar fecha a R$ 5,51 e tem maior queda em quase 2 anos com realização de lucros

28 abr 2020, 17:22 - atualizado em 28 abr 2020, 17:24
Dólar
O dólar à vista fechou em queda de 2,59%, a 5,5172 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar sofreu nesta terça-feira a mais forte queda em quase dois anos, com o real na dianteira dos ganhos nos mercados globais de câmbio, diante de um dia mais positivo para moedas de risco e com operadores realizando lucros após os recentes recordes do dólar.

O dólar à vista fechou em queda de 2,59%, a 5,5172 reais na venda.

É a mais intensa depreciação desde 8 de junho de 2018 (-5,59%).

Na mínima do dia, a cotação desceu a 5,4720 reais na venda, baixa de 3,39%.

Na B3 (B3SA3), o dólar futuro recuava 2,37%, a 5,5230 reais, às 17h06.

O dólar caía 0,2% ante uma cesta de moedas, enquanto peso mexicano, dólar australiano e rand sul-africano, “termômetros” de risco, subiam entre 0,5% e 1,6%.

O comentário no mercado é que o desmonte de posições em dólar pode estar relacionado à percepção de que, com a saída de Sergio Moro do governo, o presidente Jair Bolsonaro poderia se sentir mais “dependente” do ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois formavam a dupla de “superministros”, vistos como importantes suportes ao presidente junto à opinião pública e ao mercado financeiro.

Uma turbulência contínua nos mercados –como a vista na semana passada na esteira da atribulada saída de Moro– poderia prejudicar mais a avaliação geral sobre o governo.

Na véspera, Bolsonaro deixou claro que Guedes continua com a palavra final nos gastos federais, dizendo que “o homem que decide economia no Brasil é um só, chama-se Paulo Guedes“, numa demonstração pública de apoio ao ministro, que havia atraído especulações de que poderia ser o próximo a deixar o governo depois de Moro.

Junto à percepção de renovado fôlego de Guedes no governo, o recente fortalecimento das intervenções do Banco Central e o nível já esticado do dólar, após um rali de 11,3% entre 9 e 24 de abril, davam ao mercado argumentos para realizar lucros no câmbio.

“O real me parece muito subvalorizado”, disse Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). Segundo ele, a desvalorização aproximou o prêmio de risco em real dos vistos em alguns países mais afetados, como Turquia, Ucrânia e África do Sul.

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