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Dólar dá trégua, mas explode na semana; veja a cotação

04 ago 2023, 18:09 - atualizado em 04 ago 2023, 18:09
Dólar
Para José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos, o índice do dólar vai cair de fato “quando o mercado entender que o Fed parou mesmo de subir juros” (Imagem: Pixabay/frycyk01)

O dólar deu uma trégua nesta sexta-feira (4), mas foi incapaz de evitar a disparada de 3% na semana. Nesta sessão, a moeda americana caiu 0,51%.

Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,03%, a 4,8930 reais.

Segundo analistas consultados pela Reuters, as cotações de hoje foram conduzidas pelo exterior, onde dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos elevaram as apostas de que o Federal Reserve pode não subir mais os juros em 2023.

No Brasil, o movimento de baixa da divisa foi intensificado pelo fato de, na véspera, o dólar ter subido quase 2%, influenciado pela decisão de política monetária do Banco Central na quarta-feira, que cortou a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Na mínima do dia, às 12h07, o dólar foi cotado a 4,8455 reais (-1,11%).

“O movimento no câmbio é exacerbado por conta da forte desvalorização que o real teve ao longo da semana. Então, isso abriu espaço para uma realização de lucros hoje (sexta-feira), com forte valorização do real”, comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

Para José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos, o índice do dólar vai cair de fato “quando o mercado entender que o Fed parou mesmo de subir juros”. Neste caso, segundo ele, o dólar vai experimentar novas mínimas ante o real.

“Mas obviamente estamos em um processo de corte de juros no Brasil, em que a Selic estará, a princípio, em 11,75% no fim do ano. E o Fed ainda pode subir mais seus juros. Logo, pode surgir algum incômodo para o dólar cair mais”, avaliou.

Dólar despencou na última quinta

Se ontem o Banco Central brasileiro anunciou o ciclo de corte da Selic após três anos, na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevou a taxa de juros nos Estados Unidos, para a faixa entre 5,25% e 5,50%. Mesmo que o movimento de alta esteja perto do fim, como preveem analistas e economistas, o mercado brasileiro fica menos atrativo.

O analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, comenta que investidores estão se posicionando diante a cautela com o mercado global e local. Ele observa que a atratividade dos títulos de renda fixa no Brasil cai com juros mais baixos, reduzindo o apetite do investidor estrangeiro pelos ativos do país.

Com Reuters e Flávya Pereira

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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