Moedas

Dólar sobe quase 1% ante real, mas ainda caminha para 2ª baixa semanal consecutiva

21 jan 2022, 9:12 - atualizado em 21 jan 2022, 9:58
Dólar
Às 9:05 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,63%, a 5,4512 reais na venda (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

O dólar tinha forte alta frente ao real na manhã desta sexta-feira, chegando a avançar quase 1% depois de registrar desvalorizações acentuadas nos dois últimos pregões, mas ainda estava em curso de registrar sua segunda semana consecutiva de perdas.

Às 9:48 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,73%, a 5,4567 reais na venda. No pico intradiário, a moeda foi a 5,4704 reais (+0,98%).

Na B3, às 9:48 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,60%, a 5,4660 reais.

Vários investidores apontavam para clima de maior cautela no exterior nesta sexta-feira, depois de duas sessões amplamente positivas para ativos considerados arriscados.

As bolsas europeias e os futuros de Wall Street registravam perdas nesta manhã, enquanto o dólar australiano –muitas vezes tido como uma “proxy” de demanda por risco– perdia terreno.

O foco dos mercados estava sobre a política monetária do Federal Reserve, em meio a expectativas de que o banco central dos Estados Unidos comece a elevar os juros já em março deste ano de forma a domar uma inflação persistente.

Na semana que vem, o Fed realiza sua primeira reunião de 2022, o que pode afastar investidores de grandes apostas no curtíssimo prazo.

No Brasil, cujo regime fiscal tem dominado a atenção de investidores há meses, os holofotes estavam sobre sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro, cujo prazo se esgota nesta sexta-feira.

O presidente tem dado sinais trocados sobre o assunto. Após afirmar em 2021 que o governo concederia aumento aos servidores, ele limitou a promessa apenas a profissionais da segurança e, neste mês, disse que não há garantia de reajuste para ninguém.

Bolsonaro, que está em visita internacional ao Suriname e à Guiana, antecipou a volta ao Brasil nesta sexta-feira, após anunciar nas redes a morte de sua mãe, Olinda Bonturi Bolsonaro, aos 94 anos.

Apesar da recuperação deste pregão, o dólar segue a caminho de perdas semanais de quase 1%, depois de fechar a última sexta-feira em 5,5125 reais na venda. Isso configuraria sua segunda semana consecutiva de desvalorização, período em que acumularia queda de quase 3%.

Em relatório divulgado na noite de quinta-feira, o Citi disse que os mercados brasileiros parecem ter recebido bem comentários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro–, que fez na quarta-feira acenos a partidos mais à direita.

“Isso gerou uma resposta positiva nos preços dos ativos nesta semana, tanto no mercado de câmbio quanto no de juros”, afirmaram os estrategistas do banco norte-americano.

“Apesar de seus comentários, Lula ainda é visto como o pior cenário para os preços dos ativos” brasileiros, acrescentou o Citi, afirmando que eles devem ter desempenho inferior ao de seus pares nos meses que antecederão o primeiro turno, algo comum em anos de decisões eleitorais.

Além dos comentários de Lula, participantes do mercado apontaram um arrefecimento nos rendimentos dos Treasuries –que saíram recentemente de máximas em dois anos– e um rali das commodities nos últimos dias como fatores de impulso para o real na semana.

Na véspera, o dólar spot caiu 0,92%, a 5,4172 reais, menor valor para um fechamento desde 11 de novembro do ano passado (5,4031 reais).

(Atualizada às 09:57)

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