Dólar sobe com ruídos sobre mudança no IOF e fecha a R$ 5,66

O dólar ganhou força ante o real na reta final da sessão e voltou a encostar em R$ 5,70 com a injeção de cautela dos investidores no mercado de câmbio. Nos Estados Unidos, a crescente dívida pública concentrou as atenções, enquanto no cenário doméstico, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ganhou destaque.
Nesta quinta-feira (22), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6610, com alta de 0,33% ante o real.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,39%, aos 99,947 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O cenário fiscal do Brasil e dos Estados Unidos seguiram concentrando as atenções dos investidores e movimentando o mercado de câmbio.
No Brasil, o governo federal confirmou um contingenciamento de R$ 20,7 bilhões e bloqueio de outros R$ 10,6 bilhões, totalizando uma contenção de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, em meio aos esforços para o cumprimento da meta de resultado primário deste ano.
O valor veio acima do esperado pelo mercado. A expectativa era de um bloqueio entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões.
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Porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também confirmou o aumento do Imposto sobre Operações Financeira (IOF), adiantado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.
O chefe da pasta econômica, por sua vez, não deu detalhes e apenas informou que o imposto “não vai incidir sobre dividendos no exterior”. A mudança no IOF deve ser apresentada em uma coletiva de imprensa, prevista para depois do fechamento dos mercados, às 17h (horário de Brasília) desta quinta-feira (22).
Já nos Estados Unidos, a Câmara dos Representantes aprovou o projeto de lei que projeto de lei que prevê corte de impostos e aumento de gastos em algumas áreas consideradas estratégicas pelo governo. A proposta acrescentará cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal na próxima década, de acordo com o independente Escritório de Orçamento do Congresso.
A matéria segue agora para apreciação do Senado norte-americano e a expectativa é de que a votação aconteça até junho. Vale lembrar que o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s na última sexta-feira (16), acionou um alerta sobre a trajetória do endividamento norte-americano.