Dólar vai disparar com Lula eleito. Veja a quanto!

Foi em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o primeiro turno daquela eleição, que o dólar chegou ao patamar de R$ 4 pela primeira vez na história, pouco mais de oito anos após a implementação do plano Real.

Lula disputava a presidência da República pela quarta vez e, finalmente, ganhava a confiança dos brasileiros. Talvez não a de empresários e a do mercado, mas com promessas de que acabaria com a fome, foi eleito dias depois após o forte estresse na moeda norte-americana.

Após o desfecho daquela eleição, há exatos 20 anos, o dólar subiu quase 2%, mas depois foi perdendo força, até cair R$ 0,90 com o petista assumindo o poder. Lula disputou mais uma eleição, em 2006, na qual foi reeleito. Agora, disputa sua sexta e talvez última eleição. Venceu o primeiro turno e amanhã, pode se tornar o presidente mais vezes eleito na história do país.

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Como será o terceiro governo de Lula?

A expectativa de analistas é de um estresse na moeda norte-americana no pós-eleição. Além de seu adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), ser mais querido pelo mercado, investidores estão preocupados com a equipe econômica que Lula montará, se eleito.

“Temos uma corrida eleitoral extremamente disputada e há uma incerteza em relação aos nomes [que irão compor o governo], que o PT ainda não revelou”, diz o sócio e analista da Ajax Capital, Rafael Passos.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o mercado “reserva alguma cautela” em meio à falta de clareza sobre qual será a equipe formada para o governo Lula, principalmente para a economia. “A gente tem esses elementos, algumas surpresas que podem fazer preço no dólar”, comenta.

Passos vê a pauta fiscal de Lula como nebulosa. “É uma crítica do mercado. E a nossa política econômica não deve ser desenfreada muito por conta de um Congresso mais pró-Bolsonaro”, avalia. 

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Dólar vai a quanto?

O sócio-diretor da Pronto Invest, Vanei Nagem, acredita que a moeda não deve exibir “grandes oscilações” com a eleição de Lula. Porém, ele observa que há uma desconfiança do mercado em relação ao controle das estatais, o que pode impactar as ações no índice Ibovespa e “respingar” na divisa estrangeira.

“O dólar pode ter uma reação um pouco para cima no primeiro momento, voltando aos níveis de R$ 5,40, até R$ 5,50. Mas depois volta a recuar para a base, para o nível onde estava, na faixa dos R$ 5,20″, projeta.

O diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, aposta em uma “ressaca” eleitoral de forte volatilidade. Na terça-feira, é véspera de feriado no mercado doméstico e na quarta, tem a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). 

Rugik também vê uma a tendência de dólar mais “estressado”. “A gente não sabe, o PT não abriu o plano econômico. Não sabemos como será o Ministério da Fazenda. É uma incógnita total. O dólar pode buscar os R$ 5,50, até os R$ 5,60 com isso. Mas vai depender de quem vai compor a equipe econômica”, reforça.

Ele acrescenta que a formulação do plano de governo pode acalmar os mercados, com a moeda norte-americana recuando gradativamente. “Se for o [Henrique] Meirelles, o mercado se acalma porque ele é visto com bons olhos para ser ministro da Fazenda”, acrescenta.

O nome de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central (BC) nos dois governos de Lula e ministro da Fazenda no governo de Michel Temer, vem sendo ventilado para assumir novamente a pasta, que deve retornar no governo petista.

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